postado em 21/10/2010 08:30
A Polícia Federal antecipou ontem parte do relatório sobre as investigações que confirmam a quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra e de seu marido, Alexandre Bourgeois, filha e genro do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. O fato aconteceu no ano passado, nas delegacias da Receita Federal em Santo André e Mauá, em São Paulo. Na apresentação feita, em entrevista coletiva, os investigadores afirmaram que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior confirmou que recebeu um lote de documentos, mas não disse que se tratava de papéis sigilosos.Segundo a PF, até agora foram ouvidas 37 pessoas ; algumas até por quatro vezes ; , sendo que sete delas foram indiciadas. Porém, a divulgação pela imprensa de informações com conotações políticas fez com que o diretor da corporação, Luiz Fernando Corrêa, antecipasse uma parte da investigação que não está sob sigilo. ;Queremos afirmar, de novo, que a PF faz um trabalho investigando fatos. O que tem em torno deles, fato de conotação política, partidária, isso não pauta a investigação e a atuação da Polícia Federal;, afirmou Corrêa.
O trabalho final da Polícia Federal deve terminar em 10 dias, segundo Corrêa, mas ele admite que os principais pontos da investigação estão concluídos. Um deles é a cadeia de pessoas que participaram do vazamento. O jornalista, segundo depoimento na PF, foi o elo final. Em seu depoimento, Amaury confirmou que pagou ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia para obter documentos da Junta Comercial de São Paulo, mas negou que houve encomendado informações sigilosas.
Em nota oficial, a PF reiterou as declarações de seu dirigente, ressaltando que os dados não foram usados com fins políticos. ;As provas colhidas apontam que o jornalista ; que já trabalhou no Estado de Minas ;, utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;, diz o comunicado, acrescentando: ;Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;.
NOTA DO EM
O Estado de Minas divulgou nota sobre o caso: "O Estado de Minas é citado por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral. Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição quando os debates se tornam acalorados. O jornalista Amaury Ribeiro Júnior trabalhou por três anos no Estado de Minas e publicou diversas reportagens. Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O Estado de Minas faz jornalismo."