Eleicoes2010

Coligação de Agnelo intensifica campanha para eleitores não viajarem

Helena Mader
postado em 22/10/2010 08:19
O programa eleitoral de televisão e os discursos do candidato ao GDF Agnelo Queiroz mostram a preocupação da campanha petista com os feriados em meio à realização do segundo turno. Os alertas e apelos para que os eleitores não deixem a cidade continuam sendo feitos durante os horários de propaganda diária no rádio e na tevê e também no corpo a corpo pelas cidades. Coordenadores da campanha de Agnelo estimam que apenas 80% dos 1,8 milhão de brasilienses aptos a votar devem ir às urnas no próximo dia 31. O trabalho da coligação é tentar convencer as pessoas a não viajarem sem antes votar.

O alvo principal desse trabalho é o eleitorado das classes média e alta. O Dia do Servidor Público será comemorado na segunda-feira, 1; de novembro, dia seguinte às eleições. Os funcionários do governo federal terão folga, benefício que foi estendido para os servidores do GDF. No dia 2, Dia de Finados, nem trabalhadores da esfera pública nem funcionários de empresas privadas trabalharão. O temor é que parte dos eleitores aproveite o feriado prolongado para viajar, abrindo mão de votar no segundo turno.

Na avaliação de especialistas e da própria campanha petista, Agnelo Queiroz seria o principal prejudicado com esse problema, já que ele ganhou a disputa no primeiro turno das eleições em regiões de alta renda como Plano Piloto, Lago Sul e Sudoeste. Apesar de Weslian Roriz ser a maior beneficiada com o feriado, já que seus votos se concentram nas áreas mais carentes, os coordenadores de campanha da candidata do PSC defendem que todos os brasilienses devem ir às urnas em 31 de outubro.

A primeira menção sobre esse assunto no programa eleitoral de Agnelo foi ao ar no último dia 13. No fim do programa eleitoral do candidato petista, um rapaz carregando uma mochila pedia para que as pessoas não viajem no dia da votação para não ficarem com ;peso na consciência nos próximos quatro anos;. Os apelos foram repetidos nas propagandas televisivas seguintes e, de acordo com a coordenação de campanha de Agnelo, vão permanecer no ar até o fim do segundo turno.

Pesquisa
O coordenador de Comunicação da campanha petista, Luís Costa Pinto, cita uma pesquisa realizada pelo cientista político César Diniz, na qual a chapa se baseou para intensificar os apelos ao eleitorado. De acordo com esse levantamento, nas eleições de 2006, o Dia do Servidor caiu em um sábado e o Dia de Finados só foi celebrado em uma quinta-feira. Naquela ocasião, a taxa de comparecimento no primeiro turno foi de 86% e, no segundo turno, caiu para 84%. Ou seja, o número de abstenções cresceu dois pontos percentuais entre as duas votações. ;Com base nesses dados, é possível fazer uma projeção de que apenas 80% do eleitorado vão comparecer às urnas agora no segundo turno;, explica Costa Pinto.

No primeiro turno deste ano, realizado no último dia 1;, o índice de abstenção foi de 15,44%, ou seja, um comparecimento de 84,56%. O coordenador de Comunicação da campanha explica que a coligação liderada pelo petista vai continuar a explorar o assunto nos programas eleitorais.

Na campanha de Weslian Roriz, o assunto não está no rol das principais preocupações. Ao contrário, quanto maior o número de eleitores de alta renda a deixar a cidade no feriado prolongado, melhor para a candidata. O coordenador de Comunicação da candidatura de Weslian, Paulo Fona, diz que a ex-primeira-dama não tem interesse direto no assunto mas afirma que ela defende que todos votem.

Paulo Fona aproveita para alfinetar o adversário. ;Quem está com medo é ele (Agnelo), porque o eleitorado dele é formado por pessoas ricas, que têm dinheiro para viajar no fim de semana da eleição. O outro lado (PT) está preocupado desde o primeiro dia da campanha. Se tivessem vencido no primeiro turno, não teriam que enfrentar essa dificuldade agora;, diz Fona. ;Mas o que a Weslian defende é que as pessoas tenham compromisso com a cidadania e votem para eleger a futura governadora do DF e o futuro presidente do Brasil;, explicou Fona.

O cientista político e professor da Universidade de Brasília Lúcio Rennó acredita que a preocupação de Agnelo Queiroz é justificável. ;O eleitorado dele se concentra nas classes mais altas;, afirma o especialista.


Evasão
O site do Correio Braziliense realizou uma enquete para saber se os brasilienses abririam mão de votar para viajar no feriado. Ao todo, 53,8% dos internautas responderam que preferem viajar na folga prolongada do que participar do segundo turno das eleições. Participaram da pesquisa 356 pessoas e o resultado foi divulgado no último dia 7.


Mudança na Cultura

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O único remanescente da equipe de José Roberto Arruda no primeiro escalão, o jornalista Silvestre Gorgulho, deixou ontem o governo. Ele será substituído pelo delegado aposentado da Polícia Civil do DF Carlos Alberto de Oliveira. Paulista, da cidade de Ribeirão Preto, ele é formado em direito pela Universidade de São Paulo e especialista nas áreas de gestão e planejamento e em criminologia pela Pontifícia Universidade Católica de Ribeirão. Oliveira está em Brasília há mais de 20 anos, ele é diretor administrativo do Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Sindepo).

Segundo integrantes da categoria, ele apoiou a eleição do presidente da entidade, Mauro Cézar Lima (PRTB), a uma vaga de deputado distrital. Ele também mantém boas relações com o delegado aposentado da Polícia Civil Durval Barbosa, o colaborador da PF e do MPDFT na Operação Caixa de Pandora. O governador Rogério Rosso (PMDB) justificou a troca na pasta por um policial como forma de resolver eventuais problemas no setor. ;Preciso preparar a transição;, justificou ao Correio.

Com essa troca, Rosso amplia a participação de policiais civis em sua administração. Delegados estão em cargos estratégicos. Antônio Coelho é o secretário de Desenvolvimento Econômico, responsável pela política de distribuição de lotes do Pró-DF. Também delegado da Polícia Civil, Paulo César Boberg Barongeno é o secretário de Transportes, que cuida do Programa Brasília Integrada, um dos carros-chefse do governo Arruda. Segundo integrantes da Polícia Civil, ele é uma indicação de Marcelo Toledo, policial aposentado, investigado como um dos operadores do suposto esquema de corrupção desbaratado pela Caixa de Pandora. Rosso também designou um delegado para o cargo de corregedor-geral do DF, ocupado por Haendel Fonseca.

Em sua passagem pelo governo, Rosso foi alvo de quatro ações de improbidade administrativa. Numa delas, chegou a ser condenado a devolver recursos de patrocínio para a realização do Carnaval de 2008. Ele justificou que o dinheiro foi aplicado corretamente para promover uma festa que beneficia a população do DF.

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