Eleicoes2010

Dilma e Serra dedicam tempo ao Sul, região que concentra 15% do eleitorado

Igor Silveira
postado em 22/10/2010 08:05
A corrida desenfreada dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para conquistar votos do Sul do país é plenamente justificada para os dois lados. Naquela região estão 15% do eleitorado brasileiro, quantidade que, no atual cenário, é suficiente para decidir a eleição. Além disso, a candidata petista tenta reverter o quadro no Paraná e em Santa Catarina, onde não venceu na primeira fase do pleito, e se esforça para manter, no Rio Grande do Sul, a vantagem que tem sobre o tucano. A marcação cerrada dos comandos de campanha no mapa eleitoral fizeram com que os dois concorrentes estivessem, ontem, na região ; ela em Curitiba, em Pinhais (PR), em Porto Alegre e em Caxias do Sul (RS); ele em Maringá (PR) e em Ponta Grossa (PR).

Na teoria, usando como base os dados do primeiro turno, José Serra leva vantagem no Sul. Com a eleição para governo nos três estados resolvida e com dois aliados eleitos para o cargo de governador, todas as atenções permanecem focadas na corrida presidencial. No Paraná, por exemplo, o ex-prefeito da capital e, agora, governador eleito Beto Richa (PSDB) recebeu cerca de 3 milhões de votos, 52,44% da preferência dos que foram às urnas. O território paranaense, aliás, foi o escolhido por Serra para iniciar, oficialmente, a campanha presidencial, em julho passado.

[FOTO2]A situação Serra, no que tange a questão de apoio político, é ainda mais confortável em Santa Catarina. Naquele estado, Raimundo Colombo (DEM) foi eleito no primeiro turno com quase 2 milhões de votos. A segunda colocada, Ângela Amin (PP), que pertence a uma legenda da aliança nacional de Dilma Rousseff, adota uma postura favorável ao tucano e, sob a alegação de que o PP a deixou livre para escolher o candidato, escreveu na rede de microblogs Twitter: ;Minha posição e pró-Serra;. Mesmo sem iniciativas que demonstrem esforço para conquistar votos para o político do PSDB, a decisão de Ângela, também seguida pela bancada do partido na Assembleia Legislativa, deve ser o fiel da balança em Santa Catarina por causa dos cerca de 857 mil eleitores que votaram nela.

Reduto dividido
A petista Dilma Rousseff iniciou a carreira política no Rio Grande do Sul, no fim da década de 1980, no cargo de diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Não foi à toa que foi na capital gaúcha que a ex-ministra-chefe da Casa Civil fez o primeiro ato oficial da corrida presidencial. O PT se mantém forte na região e o favoritismo de Tarso Genro, uma das lideranças da legenda, se confirmou: o petista foi eleito para o governo gaúcho no primeiro turno. Quase 3,5 milhões de eleitores escolheram o ex-presidente do partido. Essa larga vantagem, no entanto, não foi refletida na corrida ao Palácio do Planalto ; a vantagem de Dilma sobre Serra foi de pouco mais de seis pontos percentuais ; e o prognóstico não é dos mais otimistas no segundo turno.

O segundo colocado na eleição estadual, o peemedebista José Fogaça, ouviu de seu partido que não receberia apoio relevante por uma questão de estratégia política. O presidente do PMDB, Michel Temer, é vice na chapa petista e o estado é de fundamental importância no mapa eleitoral do PT. Como revanche, Fogaça, que recebeu algo em torno de 1,5 milhão de votos, declarou apoio a Serra no segundo turno. ;Não tenho mais uma responsabilidade coletiva;, disse Fogaça sobre o assunto.

Apesar de todos os sinais levarem a um cenário complicado para Dilma Rousseff, os petistas estão otimistas sobre a possibilidade de um bom resultado no Sul. As últimas pesquisas de intenção de votos mostra que a grande vantagem de Serra diminuiu e uma das explicações do crescimento de Dilma nos levantamentos nacionais seria a recuperação da candidata na região.


Pepistas catarinenses apoiarão Dilma

<--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]--><--[if gte mso 10]> <[endif]--><--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]--><--[if gte mso 10]> <[endif]-->Denise Rothenburg

Depois de a deputada Ângela Amin (PP-SC) e seu marido, o ex-governador de Santa Catarina Esperidião Amin (PP), engrossarem a campanha do presidenciável do PSDB, José Serra, um grupo de prefeitos do PP catarinense espera receber a candidata Dilma Rousseff (PT) para anunciar apoio. Uma das reuniões prévias com prefeitos do pepistas ; onde estiveram também alguns do PMDB ; ocorreu na última segunda-feira, sob a direção do deputado Cláudio Vignatti (PT). Ele perdeu a eleição para o Senado e hoje coordena a campanha de Dilma no estado. ;As adesões dos prefeitos, dos vereadores e de lideranças à campanha da Dilma foi o principal resultado dessa reunião. O próximo passo é realizar as atividades de rua para intensificar o contato com os eleitores;, afirmou o deputado no dia do encontro.

Coincidência ou não, muitos dos prefeitos presentes à reunião da última segunda-feira foram contemplados com empenhos no Orçamento deste ano. A prefeitura de Três Barras, por exemplo, tem empenhados no Orçamento de 2010 R$ 853 mil, sendo mais de R$ 240 mil destinados ao desenvolvimento agropecuário do município. Papanduva tem mais de R$ 1 milhão ; R$ 300 mil já foram liberados, parte para eventos de promoção ao turismo e outros para investir no transporte escolar. Outro município, São Bento do Sul, também administrado pelo PP, tem empenhado R$ 1,5 milhão.

Na reunião com Vignatti no início da semana, os três prefeitos se comprometeram a levar a campanha de Dilma para as ruas. Um deles, o de Três Barras, Eloi José Quege, ajudará, inclusive, na coordenação da campanha da petista em sua região, o Planalto Norte catarinense. No encontro, segundo informações de políticos presentes, os prefeitos, tanto do PMDB quanto do PP, ressaltaram que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trata os prefeitos sem discriminação e, por isso, ajudariam na corrida de Dilma Rousseff pelo Palácio do Planalto. No Rio Grande do Sul, no entanto, o PP fará uma reunião hoje para anunciar o apoio a presidenciável tucano, José Serra.


A Região Sul em números

Saiba quais são as preferências do eleitorado nos três estados sulistas

Paraná

Eleitores - 7.597.999
Comparecimento às urnas no 1; turno - 6.347.623 (83,54%)
Abstenção - 1.250.376 (16,46%)

Resultados do 1; turno

Presidente
José Serra (PSDB) - 43,94%
Dilma Rousseff (PT) - 38,94%
Marina Silva (PV) - 15,91%

Governador
Beto Richa* (PSDB) - 3.039.774 (52,44%)
Osmar Dias** (PDT) - 2.645.341 (45,63%)

Santa Catarina
Eleitores - 4.536.718
Comparecimento às urnas no 1; turno - 3.900.064 (85,97%)
Abstenção - 636.654 (14,03%)

Resultados do 1; turno

Presidente
José Serra (PSDB) - 45,77%
Dilma Rousseff (PT) - 38,71%
Marina Silva (PV) - 13,99%

Governador
Raimundo Colombo* (DEM) - 1.815.304 (52,72%)
Angela Amin* (PP) - 857.698 (24,91%)

Rio Grande do Sul
Eleitores - 8.107.550
Comparecimento às urnas no 1; turno - 6.902.902 (85,14%)
Abstenção - 1.204.648 (14,86%)

Resultados do 1; turno

Presidente
Dilma Rousseff (PT) - 46,95%
José Serra (PSDB) - 40,59%
Marina Silva (PV) - 11,33%

Governador
Tarso Genro (PT)** - 3.416.460 (54,35%)
José Fogaça (PMDB)* - 1.554.836 (24,74%)

*Apoia Serra
**Apoia Dilma

Obs.: Beto Richa, Raimundo Colombo e Tarso Genro foram eleitos no 1; turno

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação