;Se eu puder, vou anistiar as multas dos pardais.; A promessa, que completa 12 anos no próximo dia 27, foi feita em 1998 por Joaquim Roriz durante entrevista ao Correio, logo depois do segundo turno, quando derrotou o então petista Cristovam Buarque. O mesmo compromisso foi feito na semana passada pela candidata Weslian Roriz (PSC) em programa eleitoral, como uma das estratégias para reverter um resultado desfavorável em relação ao adversário, Agnelo Queiroz (PT).
A política de redução de acidentes no trânsito sempre foi uma questão controversa. Lançada na administração de Cristovam, entre 1995 e 1998, a Campanha Paz no Trânsito foi combatida pela oposição na Câmara Legislativa, liderada pelos então deputados distritais Luiz Estevão e Tadeu Filippelli, do PMDB, devido ao crescimento do número de multas. O tema foi tratado na campanha de 1998. Roriz anunciou também, na ocasião, que nenhum controlador de velocidade ficaria escondido. Eleito governador, ele instalou placas de sinalização dos limites de velocidade, como forma de alertar o motorista, mas não houve anistia de multas.
Para a coligação Um Novo Caminho, a promessa feita por Weslian contraria a legislação eleitoral porque configura compra de votos, como os advogados de Agnelo sustentaram em Ação de Impugnação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). O corregedor-geral do TRE-DF, desembargador Mário Machado, considerou, no entanto, que a promessa de Weslian não representa uma ilegalidade, uma vez que há jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo a qual a compra de votos só fica caracterizada quando o candidato oferece uma vantagem e pede votos ao mesmo tempo.
Sobre a anistia de multas, Agnelo afirmou ser necessária uma auditoria no Departamento de Trânsito (Detran-DF), mas não deu garantia de perdão aos infratores. Ele tenta, na verdade, pegar uma carona nas promessas do passado. O candidato do PT se ampara em programas desenvolvidos por Cristovam Buarque, como o Saúde em Casa ; hoje Saúde da Família ; e o Orçamento Participativo. O principal modelo, no entanto, é o governo Lula. Agnelo afirma, por exemplo, que vai ampliar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no DF.