A seis dias das eleições, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) ficam cara a cara e livres para escolher os temas no debate promovido pela Rede Record na noite desta segunda-feira (25). Neste penúltimo embate entre os presidenciáveis antes do segundo turno, Dilma e Serra não fugiram dos temas mais espinhosos e responderam as acusações com outras. E o nordeste ganhou uma atenção a mais.
Eles não deixaram de perguntar e responder temas como as acusações de tráfico de influência na Casa Civil ou as acusações de desvio de recursos contra o presidente da Dersa, Paulo Souza. As propostas ficaram mesmo para o fim do bloco, quando José Serra perguntou as propostas de governo para a saúde, mais uma vez, destacando as medidas específicas para o nordeste em uma disputa pelo eleitorado.
Propostas para o nordeste entre a troca de acusações
No primeiro bloco do debate, a candidata do PT começou exaltando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deu o título de "mãe do PAC" a Dilma. Ela perguntou ao adversário José Serra (PSDB) quais seriam os investimentos dele para o beneficiar o nordeste. O tucano começou com uma crítica ao programa. ;O PAC é uma lista de obras que não têm planejamento e introsamento", disse ao mesmo tempo em que prometeu continuar as obras em andamento.
Banda Larga
Serra, em seguida, perguntou sobre a banda larga, lembrando da privatização da telefonia, acusando Dilma de mudar de opinião em relação a assuntos como aborto e privatização. Na réplica, Dilma voltou a falar sobre as obras do nordeste e citou a ferrovia Norte-Sul. ;Nós licitamos e construímos;. Sabe quantos km foram feitos entre Sarney até FHC? No máximo 300 km. Nós vamos entregar mil quilômetros". Sobre a Banda Larga, Dilma lembrou os feitos do governo Lula sem citá-lo diretamente. "Nós fizemos banda larga nas escolas e hoje temos um nível de 65% de implantação. Só não temos mais porque o estado de São Paulo não aderiu ao programa", atacou.
Serra devolveu as acusações. "São Paulo já tinha banda larga em todos os municípios e escolas, mas o Governo Federal, por questão eleitoral fez concorrência. Para a banda larga, o governo fez um projeto pequeno que quem lançou foi o braço direito da Dilma, a Erenice, que prestou depoimento hoje à Polícia Federal", bateu de volta. Na tréplica, Dilma disse que a ex-ministra depôs na PF, mas Paulo Preto, envolvido em escândalos em São Paulo não prestou depoimento ainda. A petista também lembrou que ele está envolvido na operação da PF Castelo de Areia por desvio de recursos.
Prouni e farpas
Na terceira questão do bloco, o tema foi o Prouni e mais troca de acusações. Dilma lembrou da Ação de Insconstitucionalidade (ADI) proposta pelo Democratas, partido do vice de Serra, e questionou se o programa teria continuidade em seu governo. Serra atacou. Em uma só resposta, ele acusou Dilma de ser mentirosa mais de uma vez, garantiu manter o programa, defendeu o vice da chapa Índio da Costa (DEM) e acusou a adversária de ter colocado um apelido preconceituoso e racista em Paulo Souza, chamado por Dilma de Paulo Preto. Mas não parou até disparar mais acusações citando a ex-ministra da casa Civil Erenice Guerra. ;Ela foi responsável por um esquema amplo de corrupção, pessoa que Dilma deixou para cuidar da Casa Civil. A Dilma também foi testemunha de José Dirceu que é acusado de ser mandante de uma quadrilha;.
Propostas, saúde e nordeste
Nos últimos minutos, Serra perguntou sobre a saúde para o nordeste e para o Brasil na última questão do primeiro bloco, mas Dilma voltou a citar as acusações contra Paulo Preto. A petista só falou suas propostas para a saúde para o fim do tempo, citando o programa saúde na família e a construção das UPAs em resposta à pergunta de Serra. Ele replicou com suas propostas que incluem a implantação da rede nacional de policlínicas, a política de distribuição de medicamentos e a volta dos multirões.