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Dilma defende ações contra o desmatamento: "O mundo não vai nos perdoar"

postado em 27/10/2010 19:52
A candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, concedeu nesta quarta-feira (27) uma entrevista exclusiva para cerca de 20 profissionais de emissoras de rádio, jornais, TVs e sites do Grupo RBS. A sabatina foi transmitida ao vivo, integralmente, pela TVCOM Porto Alegre e Florianópolis, pelo ClicRBS e Zerohora.com, rádios Gaúcha e CBN Diário e pelo Canal Rural.

O candidato do PSDB, José Serra, concedeu entrevista a jornalistas do Grupo RBS, nos mesmos moldes, no dia 22, desde os estúdios da RBS TV, em Porto Alegre.

"Com o presidente Lula, encaminhamos o Brasil para o rumo certo. Vou perseguir a melhoria do serviço de Saúde do país. Mas tenho um grande compromisso, central: quero que o Brasil seja uma nação desenvolvida e, para isso, vou erradicar a miséria no país. É possível", disse Dilma.

Veja abaixo alguns dos principais pontos abordados:

Mudança na política brasileira
"Acho que cabe uma discussão entre o voto em lista e o voto distrital. No caso do distrital, tenho uma preocupação da perda de uma certa pluralidade do voto em relação ao representante. Talvez uma combinação dos dois, ou talvez uma questão melhor: deixar em aberto e abrir uma questão ampla com a sociedade."

Saúde

"A questão da saúde é uma das mais importantes. Meu compromisso é consolidar o SUS. Eu defendo a construção e a preparação das Unidades de Pronto-Atendimento 24 Horas para atender a demanda de urgência que pressiona os hospitais. Essas unidades seriam capazes de atender questões emergenciais e resolver problemas de traumas decorrentes de acidentes. Eu defendo que o Brasil tenha policlínicas especializadas. O Brasil tem de garantir um atendimento para suas gestantes, seus bebês e suas crianças. Defendo que tenhamos a Rede-Cegonha estruturada na clínica da mulher e maternidade, mas que tenhamos também o Samu-Cegonha. A universalização do Samu no Brasil é fundamental.

Sistema prisional
"A grande questão é que, em muitos casos e Estados, os presídios se transformaram em plataformas para o crime. A União tem de participar junto com os Estados e envolver os municípios. Tem de separar a liderança do crime da massa carcerária. Eu vou continuar com as penitenciárias de alta periculosidade. Já construímos quatro e vamos construir quantas forem necessárias. Temos de ter tecnologia para conter o uso de celulares no celular.

Tabagismo e doenças do fumo
"Considero que em termos de prevenção é importante que haja campanhas de prevenção sobre o uso de cigarro ou equivalente e mostrar que isso compromete a saúde das pessoas. Eu fui uma fumante decorrente deste ambiente de favorecimento do cigarro que existia na minha juventude. Precisamos que o jovem tenha consciência de que o cigarro é um status de doença, não social. Não tem como o Estado intervir e dizer "é proibido fumar."

Agricultura e endividamento rural
"Quando se detectar que há problemas no crédito agrícola, acho que cabe renegociação de dívidas. A questão da reforma agrária é uma questão social. Nós transformamos o assentado em um produtor. O próximo passo é ampliar isso. Você não vai repartir a terra e deixar o assentado lá, sem dar garantias de que ele vai produzir e criar seus filhos. O meu filho eu quero que estude e volte pro campo, volte a produzir. Temos de garantir condições que o produtor tenha escola adequada, tenha habitação. A questão agrária ganha força se ela for para você produzir um mundo de pequenos agricultores que tenham renda e criem seus filhos para que voltem para o campo."

Propostas e reformas políticas

"Tenho duas reformas prioritárias: a tributária, pois acredito que o Brasil vai dar um salto econômico e vai crescer mais. Alguns produtos merecem redução de tributos ; remédios, temos de rever, energia elétrica, é fundamental que tenha parceria entre União e Estados. Reforma política também é importante. A (reforma) previdenciária ainda não se deve discutir, porque sempre que se discute se vai para o caminho contrário."

Preços x crédito
"Diminuímos de forma expressiva as taxas de juros. O que se cobrava era um absurdo. Não existe país sem crédito. Ninguém cresce sem crédito. Ele não é um erro em si. No Brasil, o que essas pessoas estão fazendo é comprar seus bens porque tiveram renda. As pessoas têm renda para pagar sua prestação."

Combate ao tráfico de drogas
"São três eixos: um deles é fazer a prevenção, fazendo campanha. Cumprimento o Grupo RBS pelo Crack, Nem Pensar. Temos de fazer o policiamento de nossas fronteiras utilizando tecnologia e treinamento de pessoal especializado ao combate à droga. Hoje, quem tem mais capacidade é a Polícia Federal. Vamos fortalecer as Forças Armadas, Polícia Federal e Polícias Civis e Militares das áreas de fronteira. Vamos ter de fortalecer estas polícias. Temos de combinar policiamento em terra e no ar. Nós temos uma fronteira continental. É impossível colocar nesta área uma pessoa atrás da outra. Você só faz policiamento na fronteira com tecnologia. Defendo também as clínicas especializadas e convênios e acordos com comunidades terapêuticas que se enquadrem nas normas da Organização Mundial da Saúde."

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