Na véspera do Dia do Servidor, o candidato do PT ao Palácio do Buriti, Agnelo Queiroz, fez promessas de melhoria para a categoria, pediu votos e reforçou o apelo para que os funcionários públicos não viagem antes de votar no feriado prolongado. O petista discursou na noite de ontem para uma plateia que lotou o Teatro dos Bancários, na 314/315 Sul. Ministros do governo Lula, candidatos eleitos da coligação Um Novo Caminho e sindicalistas compuseram a mesa.
Para sustentar os pedidos de votos, Agnelo criticou os modelos tucano e democrata de governar o Brasil e o DF. Disse que os adversários políticos odeiam o serviço público e que, por isso, permitiram uma situação de calamidade e sucateamento. ;Existe uma quadrilha enraizada há 14 anos no DF e que tem uma preocupação danada de se manter no poder porque sabem que a gente vai desmontar o esquema deles;, disse Agnelo.
Segundo o petista, para realizar o sonho de resgatar o DF, será preciso fechar uma parceria com os servidores públicos dos governos local e federal. Ele prometeu ;chamar os concursados para diversas áreas do governo, realizar mais concursos; em sua gestão e discutir com a categoria reivindicações como políticas específicas nas áreas de habitação, previdência e saúde. A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rejane Pitanga, entregou uma plataforma de propostas ao petista, que disse ter gravado uma mensagem em comemoração ao dia do servidor. O vídeo será exibido hoje.
Críticas a FHC
Os ministros Luiz Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Alexandre Padilha, chefe das Relações Institucionais; Carlos Eduardo Gabas, da Previdência Social; e Eloi Ferreira, da Igualdade Racial, estavam presentes. Dulci fez um discurso inflamado no teatro contra o governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele disse que muitos servidores foram substituídos por terceirizados e que a Caixa Econômica Federal estava preparada para ser privatizada. Ao pedir votos para Agnelo e Dilma Rousseff, Dulci ressaltou o modo Lula de governar. Disse que 32 milhões de pessoas foram para a classe média e que 18 milhões saíram da miséria. Lembrou também que nas duas gestões de Lula foram gerados 14 milhões de empregos com carteira assinada. O ministro frisou ainda que Brasília precisa de uma forte parceria com o governo federal para se desenvolver.
Depois do encontro, Agnelo Queiroz ainda passou no Conic e recebeu manifestos em prol da igualdade racial e depois participou de um culto com evangélicos, na 910 Sul. No momento do discurso na igreja, um grupo entrou pelos fundos e tentou impedir as palavras do candidato ao Palácio do Buriti. O protesto não impediu que o petista pedisse votos ao que ele chamou de ;povo de Deus;.
Pedido de apreensão
; O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) recebeu ontem representação da Coligação Esperança Renovada, encabeçada por Weslian Roriz (PSC), com o pedido de que seja determinada a apreensão de todos os exemplares do jornal Em Pauta. O processo foi distribuído à juíza eleitoral auxiliar Nilsoni de Freitas Custódio. Segundo a ação, trata-se de panfleto apócrifo que faria veiculação de exclusivo interesse da Coligação Um Novo Caminho e de seu candidato ao GDF, Agnelo Queiroz (PT). Os advogados rorizistas requerem a aplicação de multa, em razão do que consideram ser propaganda eleitoral irregular.
Mais um debate vira sabatina
; Lucas Tolentino
; Ricardo Taffner
Na reta final do segundo turno, Weslian Roriz (PSC) faltou a mais um debate. Sem a candidata a governadora, Agnelo Queiroz (PT) acabou sabatinado pela quinta vez neste mês. Durante grande parte do programa, ele disparou críticas à conduta e às promessas ;demagogas; da adversária, mas precisou se defender de acusações veiculadas no horário eleitoral gratuito da ex-primeira-dama. Em três blocos, o político teve meia hora para expor propostas aos eleitores do DF.
Agnelo foi questionado sobre as denúncias de Michael Alexandre Vieira e Geraldo Nascimento de Andrade sobre um suposto esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte ; à época em que o petista estava à frente da pasta. O postulante alegou que as acusações são absurdas. ;É a prática da covardia absoluta. Minhas gestões são aprovadas e não existem processos contra mim;, disse. Ele disse não conhecer ;pessoalmente; ou ;socialmente; os acusadores. ;É um tipo de gente que nunca vi na minha vida.;
A apresentação da entrevista com Michael já havia sido suspensa pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE), quando a propaganda de Weslian veiculou, na noite de terça-feira, as acusações de Geraldo. Segundo a suposta segunda testemunha, Agnelo seria beneficiário dos esquemas e, em uma ocasião, teria recebido R$ 256 mil em espécie. No fim da tarde de ontem, o desembargador federal Moreira Alves determinou a suspensão do novo trecho, o que foi cumprido no programa da noite de ontem. O magistrado apontou indícios de que houve excesso ;que torna ilegítima a sua veiculação, por extravasar o âmbito da mera crítica de conduta política;.
O candidato do PT aproveitou o tempo no debate para partir ao ataque. Segundo ele, a ausência sucessiva da concorrente nos embates caracteriza uma ;candidatura laranja; do grupo rorizista. Antes de deixar a emissora, o petista reforçou a opinião: ;A candidata não comparece, não se apresenta, não coloca suas ideias e propostas e, infelizmente, empobrece o debate democrático;. Agnelo também reafirmou as intenções de expandir o metrô, de criar o bilhete único, de valorizar os funcionários do GDF, de desenvolver ações sociais com os jovens, de modernizar a polícia do DF e de adotar medidas a curto e longo prazo para resolver o caos dos hospitais públicos da cidade.
Agenda
Confira os compromissos de Agnelo Queiroz (PT) para hoje:
De manhã ; Gravação do programa eleitoral e preparação para o debate
A partir das 22h ; Participação em debate televisivo
Comício azul no Riacho Fundo II
; Juliana Boechat
A três dias do segundo turno das eleições, a candidata ao Governo do Distrito Federal Weslian Roriz quebrou o gelo de quase um mês e meio de campanha. Após uma carreata de duas horas e 30 minutos pelas ruas do Riacho Fundo I e II na tarde de ontem, Weslian e o marido, Joaquim Roriz, protagonizaram um pequeno comício na cidade. O compromisso não fazia parte da agenda oficial da ex-primeira-dama, mas serviu como teste para saber se Weslian está capacitada para participar do último debate antes das eleições, a ser realizado hoje à noite, na Rede Globo. O desempenho considerado satisfatório pelo clã rorizista é resultado de media trainning ao longo do último mês. Apesar de a participação de Weslian não ter sido confirmada no programa televisivo, a tendência é que ela vá ao embate.
Ao microfone, Weslian citou as ações sociais que desenvolveu como primeira-dama do DF, prometeu levar transporte público, saúde, educação e segurança aos brasilienses e se disse capaz de estar à frente da capital do Brasil. ;Todo mundo sabe que eu já dei cobertor e nunca esqueci dos mais humildes. Sempre trabalhei lado a lado com meu marido quando ele foi governador por 14 anos;, defendeu. A candidata ainda pretende aumentar o quadro de policiais para garantir a segurança da população, construir restaurantes comunitários no Riacho Fundo, ampliar a atual rede de creches e entregar a escritura das casas em situações irregulares. ;Vocês têm o mesmo direito dos moradores do Plano Piloto. São gente como a gente.;
Gafe
Depois de pedir voto para o presidenciável José Serra (PSDB), Weslian garantiu que estará acompanhada do ;experiente; marido caso seja a próxima governadora do DF. Roriz tem acompanhado a mulher em suas agendas, mas ontem a deixou sozinha em uma carreata no Riacho Fundo. Ao Correio, ele disse ter passado a tarde em um evento, angariando votos. Ao público, explicou que preferiu deixar a ex-primeira-dama andar sozinha pela cidade para demonstrar que é capaz de governar. ;A cada dois minutos, eu ligava para saber se estava tudo bem. Mas eu a conheço há 50 anos e sei que ela tem condições de estar à frente do GDF;, garantiu. Logo no início de seu discurso no comício ; realizado na QS do Riacho Fundo II ;, o experiente Roriz cometeu uma gafe e chamou a cidade de Recanto das Emas. Após o silêncio generalizado, corrigiu: ;Para mim é tudo igual;.
A carreata de Weslian começou por volta das 17h30, na entrada do Riacho Fundo 1. A comitiva passou por estreitas ruas de áreas residenciais e se deparou com diversas manifestações favoráveis ao adversário Agnelo Queiroz (PT). Apesar de a cidade ser considerada palco de confrontos entre petistas e rorizistas, não houve confusão ontem. Indignado, o dono do comitê de Agnelo na QN 1, Francisco de Assis, contou que quatro placas com o rosto do petista foram destruídas. E o estudante Anderson Luiz Alves criticou o caos formado pelos veículos que compunham a carreata. ;Está um caos. E eu só quero ir à faculdade;, desabafou. O locutor do trio elétrico rorizista lançou promessas ao longo do percurso. Segundo ele, os diretores de escola deixarão de ser eleitos pela comunidade e serão escolhidos pelas regionais de ensino.
Origem
O Riacho Fundo foi criado pelo ex-governador Joaquim Roriz em 13 de janeiro de 1993 como parte do programa de assentamento dos moradores do antigo acampamento da Telebrasília, próximo ao Lago Paranoá. No ano seguinte, começou a nascer o Riacho Fundo II, emancipado em 5 de julho de 2003. Esta parte da cidade ainda sofre com pouca infraestrutura e é composta por invasões.
Agenda
Confira o compromisso de hoje da candidata Weslian Roriz:
10h ; Carreata no Caub, extensão do Riacho Fundo II