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Veja pontos negativos e positivos da estratégia petista para eleger Agnelo

postado em 02/11/2010 08:00
Veja abaixo quais foram os pontos positivos e negativos da estratégia que conduziu Agnelo Queiroz (PT) à vitória, segundo os próprios coordenadores da campanha:



POSITIVOS
Sintonia com o projeto nacional do governo federal
; O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi o grande garoto-propaganda da campanha de Agnelo. Procurou-se vincular a imagem dos dois e mostrar que a população do Distrito Federal, principalmente a de baixa renda, poderia se beneficiar ainda mais dos programas federais com a eleição do ex-ministro do Esporte.

Arco de alianças
; Aproveitando a base da coligação feita no nível nacional, o PT trabalhou para trazer os mesmos partidos para o lado de Agnelo. O grupo conseguiu formar uma chapa com outras 11 siglas e, ao mesmo tempo, esvaziar as possibilidades de crescimento da coligação adversária.

Escolha do vice-governador
; O deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB) foi um dos principais articuladores políticos da campanha e responsável por agregar legendas e pessoas até então distantes do tradicional grupo de esquerda. A aliança
com o PMDB fez Agnelo ganhar votos em regiões onde não entrava, como em alguns redutos rorizistas.
Lei da Ficha Limpa
; A campanha petista aproveitou as dificuldades do adversário, Joaquim Roriz (PSC), em viabilizar a candidatura para explorar o tema. No primeiro turno, o principal foco de ataque do grupo no horário eleitoral gratuito foi mostrar que o ex-governador era ficha suja e não poderia concorrer ao GDF.

A preparação da campanha
; Antes mesmo da crise instaurada pela Operação Caixa de Pandora, o nome de Agnelo já estava sendo trabalhado. A candidatura de Agnelo começou a ser construída com a filiação dele ao PT, em 2008, e estava acertada antes do fim de 2009, sendo consolidada após as prévias, em março deste ano.

O trabalho da militância nas ruas
; O Partido dos Trabalhadores conta, tradicionalmente, com a força do petista no corpo a corpo. Neste ano, eles tiveram de aprender a trabalhar com antigos adversários para ampliar a área de atuação.

Campanha propositiva na televisão e no rádio
; Os marqueteiros evitaram trocar acusações neste segundo turno. Toda ação nesse sentido, segundo eles, foi motivada pelos ataques dos adversários. Nesse ponto, também foi essencial a atuação rápida da equipe jurídica de Agnelo, que conseguiu no TRE-DF a suspensão de trechos do programa adversário e direitos
de resposta.

NEGATIVOS
Adversários ignorados
; Preocupados em enfrentar Joaquim Roriz na corrida pelo Buriti, o grupo desprezou o poder do PSol, de Toninho, e o PV, de Eduardo Brandão, de tirar votos com o discurso ético. Os dois partidos conseguiram, somados, 20% dos votos e empurram a disputa para o segundo turno.

Pulverização do trabalho dos militantes
; As disputas proporcionais, que envolveram os candidatos aos cargos de deputado distrital e deputado federal, desviaram o foco de parte da militância da batalha pelo GDF. Na avaliação da coordenação, o apoio de alguns postulantes poderia ter ajudado a acabar com a eleição no primeiro turno.

Prévias do PT
; Após a crise política ocorrida no fim do ano passado, com a retirada de nomes fortes da corrida pelo Buriti, como o do ex-governador José Roberto Arruda, a disputa pela indicação do PT foi zerada. Apesar de um acordo anterior, o deputado federal Geraldo Magela (PT) voltou à corrida e provocou a realização das prévias ; dividindo a militância no ano das eleições. Mesmo assim, os coordenadores alegam que a disputa legitimou a escolha e ajudou a unir o grupo em torno de Agnelo.

Críticas aos aliados
; A presença de parlamentares investigados pela Operação Caixa de Pandora na chapa do petista foi uma das principais críticas feitas pelos adversários. Ao mesmo tempo em que nomes como os dos peemedebistas Benício Tavares e Rôney Nemer ajudaram Agnelo a entrar em redutos específicos, também foram responsáveis por um efeito negativo entre o eleitorado.

Falta de interação entre os correligionários
; Apesar do esforço dos líderes dos partidos, a união dos militantes do PT e do PMDB não se deu em todos os setores. A antiga rivalidade entre as legendas separou, em certas localidades, a militância e gerou problemas para a coordenação de campanha.

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