Ana Maria Campos
postado em 03/11/2010 08:40
Levando-se em conta apenas os dados declarados à Justiça Eleitoral, a disputa deste ano para as duas vagas ao Senado, oito de deputado federal e 24 na Câmara Legislativa movimentou R$ 29.504.347,20. As informações constam das prestações de contas dos candidatos divulgadas ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No ranking dos mais abastados nas eleições para o Legislativo, aparece em primeiro lugar o deputado federal eleito Luiz Carlos Pietschmann (PMDB), campeão não só no volume de arrecadações, como também de contribuições a aliados. O peemedebista declarou R$ 2,4 milhões em receitas. Ele doou a outros concorrentes R$ 396 mil.Ex-presidente da Novacap no governo Arruda, Pietschmann ; que na campanha simplificou seu nome para ;Pitiman; ; é o braço direito do vice-governador eleito, Tadeu Filippelli (PMDB), e herdou o espólio eleitoral do aliado. Eleito por um triz por 51.491 eleitores, ele disputou voto a voto a vitória com o ex-diretor da Polícia Civil do DF Laerte Bessa, que deixou o PMDB em setembro do ano passado com o ex-governador Joaquim Roriz. Bessa conquistou 51.796 votos e declarou ter arrecadado R$ 40.700,00, nem 2% do que o adversário apresentou como receita na eleição. Entre os beneficiários de contribuições de Pietschmann estão os distritais eleitos Benício Tavares (PMDB), Rôney Nemer (PMDB) e Israel Batista (PDT).
Novo senador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) foi contemplado pelo companheiro de coligação com R$ 100. Na disputa ao Senado, o socialista declarou ter arrecadado R$ 1,3 milhão. A maior doação privada para a campanha de Rollemberg partiu da União Química Farmacêutica com R$ 100 mil. O dono da empresa, Fernando Marques (PTB), chegou a ser cotado como primeiro suplente do candidato do PSB. O volume de doações de Cristovam Buarque (PDT) chegou a R$ 2 milhões (veja quadro). Entre as empresas que doaram ao pedetista estão a Sangari do Brasil (R$ 100 mil), o Grupo Gerdau (R$ 100 mil) e a Mendes Júnior (R$ 50 mil).
Mais votado
Na corrida à Câmara dos Deputados, o mais votado, José Antônio Reguffe (PDT), curiosamente foi o que menos recursos aplicou na campanha. O pedetista que teve 266.465 votos disse à Justiça Eleitoral que recebeu R$ 143,8 mil, sendo a maior parte (R$ 100 mil) oriunda do diretório nacional do partido. O segundo mais votado, Paulo Tadeu (PT), recebeu em doações R$ 822,9 mil, segundo o TSE. Entre seus colaboradores está a campanha de Agnelo Queiroz (PT), que doou ao petista R$ 201 mil.
Aliado de Joaquim Roriz, o deputado eleito Ronaldo Fonseca, que é pastor da Igreja Assembleia de Deus de Taguatinga, aparece como o terceiro mais bem aquinhoado nas doações. Ele recebeu R$ 1,3 milhão, sendo R$ 700 mil provenientes da empresa JBS S/A, que administra o grupo Friboi, gigante no mercado de frigorífico, cujo dono, José Batista Júnior, é amigo de Roriz. Fonseca arrecadou pouco menos do que o deputado Geraldo Magela (PT). O petista que se reelegeu teria conseguido R$ 1,31milhão para aplicar em sua campanha.
Empresários
Os 800 candidatos a uma vaga de deputado distrital conquistaram juntos, segundo dados declarados ao TSE, R$ 13.283.428,00. Quase 60% desse valor ; R$ 7,8 milhões ; ficou apenas na conta dos 24 distritais eleitos. Nessa área, os líderes em arrecadações e gastos de campanha são dois distritais, de famílias donas de empresas prestadoras de serviço ao Governo do Distrito Federal. Cristiano Araújo (PTB) declarou R$ 901,5 mil, a maior parte saída diretamente da conta do próprio parlamentar, de acordo com a prestação de contas. Eliana Pedrosa (DEM) vem em seguida, com R$ 822 mil. Israel Batista (PDT) foi o que menos recursos recebeu: R$ 49 mil. Ex-diretor do Senado, Agaciel Maia (PTC) fez uma campanha aparentemente rica. Estreou na política local, conquistou 14.073 votos e declarou arrecadação de R$ 214,4 mil.
A prestação de contas dos candidatos ao GDF só será finalizada em 30 dias por conta do segundo turno.
Colaboraram Noelle Oliveira, Diego Amorim, Juliana Boechat e Mariana Sacramento
Punição
Segundo as regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral, quem não apresenta a declaração de prestação de contas recebe uma notificação e terá novo prazo. Caso o candidato não regularize sua situação, ficará impedido de concorrer numa próxima eleição. Quem foi eleito, mas não apresentou os documentos, não poderá assumir o cargo.
RECEITA DECLARADA