Agência France-Presse
postado em 10/09/2011 15:23
Cabul - Os afegãos sofrem há dez anos com as armas americanas, apesar de não terem desempenhado nenhum papel nos atentados do 11 de Setembro, depois dos quais Washington partiu para uma intervenção no Afeganistão, diz um comunicado dos talibãs, divulgado neste sábado.
"A cada ano, o 11 de setembro desperta nos afegãos a lembrança de que não desempenharam nenhum papel no acontecimento, que apenas serviu de pretexto ao colonialismo americano para derramar o sangue de milhares de inocentes e miseráveis", escreveram os talibãs, na véspera do décimo aniversário dos atentados.
"Depois disso, as atrocidades continuam", disseram ainda.
O regime austero talibã, no poder desde 1996, foi varrido após a intervenção americana no Afeganistão, desencadeada no dia 7 de outubro de 2001, após sua recusa a entregar aos Estados Unidos o cérebro dos atentados a Nova York e Washington, Osama bin Laden, que seria seu "hóspede".
A partir daí, os talibãs passaram a combater as forças da Otan, com dois terços integrados por soldados americanos, ao mesmo tempo em que sua sangrenta insurreição não cessou de ganhar terreno nos últimos anos.
"Os americanos e seus aliados mataram dezenas de milhares de muçulmanos usando como pretexto esse evento ambíguo e perturbador, (...) destruindo aldeias, pomares, citando sempre, como motivo, injustificado, a guerra contra o terrorismo", prossegue o comunicado.
Os talibãs também afirmam "reclamar, desde o começo, uma investigação imparcial" sobre o 11 de Setembro, obtendo como resposta dos Estados Unidos e da Otan o lançamento de "mísseis e armas envenenadas".