postado em 16/09/2014 08:01
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro experimentou períodos de enfermidade, amnésia e desorientação. Nos últimos anos, o paciente entrou em recuperação e parece ter dado sinais de melhora gradativa. A cura para salvá-lo estava embutida exatamente no DNA do festival de cinema mais antigo do país. Como tem acontecido há alguns anos, a seleção competitiva de longas-metragens da 47; edição contemplou filmes de cineastas em início de carreira reconhecidos pela inventividade com que tratam os objetos cinematográficos.
Era esta justamente a intenção do crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes ao organizar a Semana do Cinema Brasileiro, em 1965: construir uma vitrine para um cinema novo e arrojado. Desta vez, o estado com maior número de indicações é São Paulo, com cinco curtas-metragens e um longa, o documentário Sem pena, de Eugênio Puppo.
O rodízio de filmes longos e curtos das sessões noturnas ; apresentadas até o dia 23 ; será composto por produções da Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Distrito Federal.
A melhor novidade, no entanto, é o aumento do raio de alcance do encontro com o cinema brasileiro. Como um modo de corrigir o elitismo que concentrava as atividades cinematográficas no Plano Piloto, o festival que já vinha ampliando as projeções da mostra competitiva para outras cidades do DF, expandiu ainda as atividades extras (oficinas, palestras e debates) pelos polos de Taguatinga, Ceilândia, Gama e Sobradinho.