postado em 16/09/2014 08:03
Considerado por muitos o maior filme da história do cinema nacional, Deus e o diabo na terra do sol completa 50 anos e ganha cópia restaurada em alta qualidade que será exibida hoje, às 20h, na cerimônia de abertura da 47; edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília, feita só para convidados. O segundo longa de Glauber Rocha tem uma importância histórica: além de marcar a formação do cinema novo ao romper com os padrões da linguagem vigente na época, o filme apresenta um diagnóstico da realidade do país às vésperas do golpe militar de 1964.
Usando o Nordeste como espaço simbólico, Deus e o diabo conta a história de Manoel (Geraldo Del Rey), um sertanejo que se rebela contra a exploração imposta pelo patrão e foge com a mulher, Rosa (Yoná Magalhães), à procura de um novo líder. Durante o percurso, Manoel tem que lidar com a fé, ao se deparar com o líder religioso Sebastião (Lídio Silva); com a violência, engajando-se na luta armada de Corisco (Othon Bastos); e com a subversão, ao encontrar o mercenário Antônio das Mortes (Maurício do Valle).
Deus e o diabo é uma obra completa, complexa e atemporal, cuja importância resiste ao passar do tempo. A cineasta Paula Gaitán, viúva de Glauber Rocha e vencedora do Candango de melhor filme no Festival de Brasília de 2013 com Exilados do vulcão, ficou feliz pela homenagem a Glauber: ;Que bom saber que Brasília adora Deus e o diabo na terra do sol, filme necessário, um dos mais lindos da história do cinema, de um cineasta imenso, generoso, que amou sua pátria, seu povo, amou a América Latina e a humanidade inteira, como poucos. Glauber foi um grande artista pensador, que deixou uma obra para a posteridade, para os se foram, os que estão aqui e os que virão;.
Como coordenadora adjunta do festival está Sara Rocha, a neta do diretor. ;Uma conjunção de fatores nos levaram a escolher Deus e o diabo. Em 2014, fazem 50 anos do filme e 50 anos do golpe militar. Fora isso, o filme é um ícone da cinematografia mundial com uma relevância incrível. E quem diz isso não sou eu, é gente como Martin Scorsese;, reconhece a neta do cineasta. ;Naturalmente existe um valor afetivo muito grande para eu projetar o filme no Cine Brasília. É importante também ver as conquistas do trabalho de restauração dos filmes de Glauber Rocha, dos quais eu pude participar, recebendo o reconhecimento no Brasil e no mundo;, destaca Sara.
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