Ricardo Daehn
postado em 22/09/2014 08:14
O longa em competição nesta noite no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Ela volta na quinta, de André Novais Oliveira, tem um certo ar de repetição para o público que acompanha o evento e assistiu há dois ao documentário Otto, de Cao Guimarães, um realizador mineiro que perdeu o acanhamento e estampou, como personagens, parentes, na tela de cinema. Agora, o carioca André estará literalmente em família. Maria José, Norberto e Renato ; pela ordem, mãe, pai e irmão dele ; integram o elenco do longa de ficção.
;Para mim, será bastante raro apresentar o filme, com eles todos na plateia e palco. Os personagens têm os mesmos nomes dos da vida real. Trata-se de ficção, mas eles emprestam um pouco da personalidade: diria, aliás, que é algo meio a meio ; tem coisas que eles não fariam na vida real;, entrega.
Enquanto no mais recente curta, Pouco mais de um mês (exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes), André tratava de casal que principia relação, no longa Ela volta na quinta, ele cerca um casal da terceira idade em crise, às vias da separação. ;Nos meus filmes, há como as pessoas se identificarem. Falo da vida e apresento traços de humor, mesmo quando abordo o drama. Nesse, os dois filhos do casal já pensam em sair de casa, e a crise dos pais afeta a todos, inclusive os relacionamentos dos filhos;, adianta o mineiro.
Estreia
Ela volta na quinta é a primeira experiência de André em longa, depois de ele ter integrado o longa coletivo Estado de sítio (2011). O diretor se diz alimentado pelo esquema de coletividade, como prega a produtora Filmes de Plástico, formada, desde 2009, com os amigos Gabriel Martins, Thiago Macêdo Correia e Maurílio Martins. ;A gente se reveza nas funções, a cada vez que um de nós está dirigindo;, comenta. A repercussão do conjunto é boa, tendo motivado participação em mais de 150 festivais.
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