postado em 23/09/2014 08:01
A 47; edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tinha duas funções claras: apresentar um conjunto de filmes autorais e levar as atividades do festival (como sessões simultâneas, seminários, debates e cursos) para outras cidades além do Plano Piloto. A primeira missão foi cumprida com louvor. A cineasta brasiliense Adriana de Andrade aprovou a escolha da curadoria. ;Foi legal a quebra na vinda apenas de cineastas, medalhões do cinema brasileiro, na mostra competitiva e a vinda de filmes menos comerciais. Vi títulos mais autorais com carga regional forte;, ressaltou a diretora.
Nina Flor, 23 anos, moradora de João Pessoa, acompanhou o Festival de Brasília pela primeira vez. A estudante e produtora de cinema aprovou a escolha da curadoria. ;Fiquei muito instigada pela curadoria mais alternativa que pareceu próxima aos festivais de Tiradentes e de Vitória. Não vi uma seleção tendenciosa. Mas percebo uma inclinação para um festival que agrada mais à crítica do que ao público convencional;, avaliou.
A segunda missão envolveu enorme planejamento e logística. Pela primeira vez, o FBCB teve suas atividades integralmente levadas para quatro cidades: Sobradinho, Gama, Taguatinga e Ceilândia. ;Por muitos anos, o Festival de Brasília era limitado ao Cine Brasília e ao Hotel Nacional. Sinto que rompemos essas barreiras e deixamos o festival escoar pelo DF. É como se fosse o rompimento de um dique;, comprovou o diretor-geral desta edição, Miguel Ribeiro.
As inúmeras reflexões sobre cinema voltaram a fazer parte do festival. ;Retomamos os processos de reflexão sobre o cinema. O festival começou na universidade quando Paulo Emílio Salles Gomes propôs uma semana para a reflexão. A UnB voltou a sediar o evento com seminários e debates. Incorporamos a Católica (Taguatinga) e o Iesb (Asa Norte) porque entendemos que essas instituições estão formando gente de cinema para o mercado;, alega Ribeiro. ;O caráter educativo do festival não foi esquecido. Em três das quatro cidades onde levamos o festival, escolhemos ocupar escolas, espaços educativos. Nós instalamos equipamentos de projeção de altíssima qualidade, e eles estarão permanentemente lá;, enumera o diretor.
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