Jornal Correio Braziliense

Festival de Brasilia 2015

Secretário de Cultura e coordenador-geral do festival revelam expectativas

O legado e a dimensão do maior evento cultural de Brasília também são comentadas em entrevista


O mais antigo festival de cinema do país se tornou uma referência cultural não somente por conta da longevidade. Ao longo dos últimos 50 anos, a plateia do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro aplaudiu, vaiou, recusou e reverberou as principais obras de nossa produção cinematográfica. Todos passaram por aqui. Não à toa, crítica, público e artistas reverenciam o evento.

[SAIBAMAIS]O coordenador-geral do festival, Sérgio Fidalgo, e o secretário de Cultura do DF, Guilherme Reis, conhecem bem esse legado, até porque advêm de um histórico artístico, e sabem da responsabilidade de manter o evento no calendário cultural do brasileiro.

Três perguntas // Sérgio Fidalgo, coordenador-geral do festival

Há uma temática ou linguagem que prevaleça nesta 48; edição?

Não há uma temática específica. A proposta da curadoria é focada na diversidade. A seleção das produções oferece ao público as mais variadas linguagens e temas. São dramas, comédias e documentários oriundos de várias regiões do país.

O festival mantém o fôlego de outrora, como um dos mais expressivos eventos de cinema do país?
Sim, o festival se mantém a cada ano com novos impulsos. Cada edição é única e o que determina a qualidade do festival é a qualidade dos filmes, da programação formativa. Em 2015, o festival vai apresentar a mostra inédita Continente Compartilhado ; uma seleção de coproduções brasileiras com outros países, propondo estimular as parcerias internacionais com a produção cinematográfica do país. A mostra aparece de forma a ampliar a visibilidade desses filmes.

Quais são as principais mudanças e novidades, em relação a edições anteriores?
Voltamos a apresentar a categoria de filmes média-metragem, que não podem ser desprezados na produção brasileira. O que confirma é o número de inscrições nessa categoria recebida pelo festival, que foi praticamente o mesmo da categoria longa-metragem. Outra novidade desta edição é a participação de profissionais estrangeiros, que desembarcam por aqui por conta da mostra Continente Compartilhado, que mencionei anteriormente. Assim, o público poderá conhecer experiências vivenciadas em outras realidades de produção cinematográfica. Desde o roteiro, passando pela produção e chegando a áreas técnicas.


Três perguntas // Guilherme Reis, secretário de Cultura do Distrito Federal

Podemos dizer que o festival é prioridade máxima da Secretaria de Cultura entre os eventos realizados em Brasília?
O festival é uma prioridade máxima do cinema nacional. Estamos falando de um dos mais importantes eventos culturais do país. Na secretaria, trata-se da nossa mais tradicional e permanente ação, vide o histórico do evento. Espero termos condições de focar em outras iniciativas tão amplas e irrestritas como o Festival de Brasília, que atinjam a mesma repercussão. Estamos trabalhando para isso.

O senhor já foi diretor de cerimônia do festival, apresentador, além de ter marcado presença como ator de alguns filmes selecionados. Agora, como secretário, muda sua visão em relação ao evento?

Não. Continuo nutrindo o mesmo carinho, dando a mesma importância para o festival. Claro, com um olhar atento de quem é responsável, neste momento, para mantê-lo com a relevância que tem. Espero, com a equipe da secretaria e junto àqueles que pensam o cinema nacional, participar de uma renovação do festival, de forma a considerar este momento atual, onde temos um mercado aberto e receptivo às produções nacionais. Porém, sem jamais perder a identidade.

Em tantos anos, há algum episódio que lhe tenha marcado em especial?
Nossa, são muitos momentos marcantes. Os que me vêm logo à cabeça são aqueles em que integrei elenco de algum filme participante. Mas vi muitas coisas emocionantes nas telas, no público, entre os artistas. Mas, nada supera a tensão e a intensidade de nos vermos naquela tela do Cine Brasília. É muito forte.