Festival de Brasilia 2015

Presença feminina em elencos e equipes promete marcar filmes da competição

Apesar de não ter filmes dirigidos por mulheres, mostra competitiva tem figuras femininas fortes

Ricardo Daehn
postado em 16/09/2015 07:30

Mariana Ximenes, em cena de Prova de coragem, de Roberto Gervitz

Nas redes sociais, há grupo que prevê a competição no 48; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro menos plural. A ausência de enredos diretamente ligados a mulheres e a falta de cineastas mulheres dá sustento à visão restritiva. Em outras edições, já houve lacunas bem mais graves, entretanto. Um exemplo constrangedor do que já aconteceu na premiação do palco Cine Brasília dá a medida. Há sete anos, o momento nada representativo para as mulheres surgiu com a premiação do ;elenco feminino; ; chamado ao palco, assim, sem identificação de nome ; e que teve que compartilhar apenas um troféu Candango, pela interpretação coletiva em Siri-Ará (de Rosemberg Cariry). A falta de competidoras teria ocasionado a escolha do júri.

Na edição atual, mesmo as tramas que sublinham perdas, caso de Fome (de Cristiano Burlan) e de Para minha amada morta (Aly Muritiba), há promessas de uma imposição de figuras femininas. No Cine Brasília, será possível assistir ao mais recente desempenho de Mariana Ximenes (recém-premiada pelo Festival de Gramado), em Prova de coragem. Além disso, desde já, é possível antever presenças decisivas de uma moça (e de uma mãe, fora de quadro), no regionalista A família Dionti, a ser mostrado hoje. Até mesmo o pernambucano Cláudio Assis, que defenderá Big jato, conta nos bastidores com uma equipe repleta de mulheres, com direito à corroteirista Ana Carolina Francisco, que trabalhou imediatamente ao lado de Xico Sá (criador da obra literária que foi adaptada), e ainda à montadora Karen Harley.

Com ânimos apaziguados, bridemos, pois, o signo da liberdade, que parece se infiltrar em temáticas (Fome, Big jato, Prova de coragem). Numa primeira olhada para o 48; Festival, percebemos o renascimento de cores e o vigor do preto e branco (na onda de revival produzida por Santoro ; O homem e sua música e Fome, respectivamente), o registro da velhice (com visibilidade para um personagem interpretado por Jean-Claude Bernardet) e a cíclica valorização de curtas e longas-metragens, proposta e hábito corrente do diretor Aly Muritiba, duplamente representado, nesta 48; edição na qual concorre por Para minha amada morta e Tarântula (codirigido por Marja Calafange).

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