Jornal Correio Braziliense

Festival de Brasilia 2015

Um filme de cinema abre o festival com homenagem à criação cinematográfica

Durante o debate sobre o longa realizado na manhã de ontem, o diretor paraibano falou que o filme se destina principalmente às pessoas que apreciam a sétima arte


Walter Carvalho faz uma homenagem à criação cinematográfica em Um filme de cinema, que abriu a primeira noite do 48; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Durante o debate sobre o longa realizado na manhã de ontem, o diretor paraibano falou que o filme se destina principalmente às pessoas que apreciam a sétima arte. ;É um filme para quem gosta de cinema, para quem não tem mais cura;, disse.

Carvalho dividiu a mesa de debate com Cláudio Assis, personagem de Um filme de cinema e diretor de Big jato, longa selecionado para a mostra competitiva. ;Para mim, esse é o melhor filme do Walter Carvalho. É um filme que mostra como essas pessoas criam. Eu fiquei muito emocionado. Serve para as pessoas compreenderem o que é ver cinema;, disse Assis.

A obra de Walter Carvalho reúne entrevistas com 13 cineastas de vários países para falar sobre a criação e o destino da arte cinematográfica. Nas primeiras cenas, Walter Carvalho mostra um cinema em ruínas, uma espécie de metáfora sobre uma eventual morte do cinematografia. ;O cinema não acaba nem que seja desaparecido; , garantiu Cravalho, durante o debate. ;O filme não serve para nada, a não ser uma base para você começar a pensar o cinema;, explicou.

[SAIBAMAIS]O diretor contou que encontrou o cinema em ruínas no sertão de Pernambuco, quando filmava Madame Satã, de Karim A;nouz. Um tempo depois de terminar o longa de A;nouz, ele voltou ao local para realizar as imagens que mais tarde norteariam Um filme de cinema. No longa, Carvalho também volta às locações de Cinema paradiso, de Giuseppe Tornatore.

Durante o debate, o diretor foi questionado sobre a pertinência do bloco dedicado ao filme de Tornatore em Um filme de cinema. ;É um caráter afetivo, emocional, melancólico que faz parte da minha personalidade e é sobretudo um caráter histórico;, contou o diretor, que entrevistou atores e figurantes de Cinema paradiso. ;Pra mim, tudo vem da pintura. Ou melhor, tudo vem do renascimento. Digo isso há 20 anos e as pessoas não acreditam, isso não repercute;, disse.