Julio Bressane, cineasta
;Sempre tive bons momentos no Festival de Brasília. Um ponto importante veio, coletivamente, quando Rogério Sganzerla, Elyzeu Visconti, Fernando Cony Campos, Ivan Cardoso, José Mojica Marins e eu tivemos a oportunidade de, sem estar no festival, termos nosso festival.
Explico: o Correio Braziliense, dirigido por um homem culto e sensível, o Oliveira Bastos, nos convidou para a criação de suplemento que recebeu o nome de Horror Nacional. Tratava das esferas políticas e cinematográficas. Foi um material extraordinário, com 10 páginas. Propunha uma leitura radical que trazia reflexão profunda, e surtiu eco no Brasil inteiro.;
Françoise Forton, atriz
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Maeve Jinkings, atriz
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Selton Mello, diretor e ator
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Cacá Diegues, cineasta
;Minha primeira lembrança do festival coincide com a fundação do auge de um entusiasmo com um Brasil possível e diferente. Fora dos esquemas da chanchada e da Vera Cruz, o cinema brasileiro teve a acolhida de um grande mentor, um teórico e crítico que foi o Paulo Emílio Sales Gomes.
O festival (criado em 1965, como 1; Semana do Cinema Brasileiro) acenou para nicho de um moderno cinema no Brasil, que contava com Nelson Pereira dos Santos inserido na UnB. O grande entusiasmo persistiu, mesmo com as dificuldades surgidas com o golpe militar.
Apresentei, em Brasília, A grande cidade (1966), com uma turma formada pelo Leon Hirszman e o Domingos Oliveira. A grande surpresa do festival, na minha carreira, veio com Xica da Silva (1976), que levou Candango de filme e direção. Zezé Motta despontou para o Brasil, como a melhor atriz, pelo filme.;
André Luiz Oliveira, cineasta
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Evaldo Mocarzel, diretor
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Fernando Eiras, ator
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Helena Ignez, atriz
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Luiz Carlos Barreto, produtor
;Sempre tivemos (Lucy Barreto e eu) muita atenção do festival e recebemos essa atenção também. Ele é realizado no coração do poder político. Nele, o cinema brasileiro mostra a sua cara diante de instâncias como as do Legislativo e do Executivo; aliás, pena que poucos representantes do poder o frequentem!
É muito gratificante estar em Brasília, principalmente pela participação estudantil, num grupo que se manifesta, de modo informal, e que dá à plateia caráter de liberdade única.
O Festival é um dos principais laços afetivos e profissionais que temos: A hora e a vez de Augusto Matraga venceu, logo na primeira edição, e o primeiro curta do Fábio (Barreto, filho), A história de José e Maria (1977), concorreu também. Não é nada apenas para ser cultuado: que se cultive a mesma fibra do evento, em pelo menos outros 50 anos!”
Sylvio Back, diretor
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Luiz Bolognesi, diretor e roteirista
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Dirceu Lustosa, diretor e montador
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Gustavo Galvão, cineasta
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Neville D;Almeida, cineasta
;No meu primeiro filme (Jardim de guerra), lembro-me da experiência maravilhosa da premiação do Joel Barcelos, como melhor ator. A ditadura corria solta e todos querendo a liberdade que o festival oferecia. O festival é democrático: com entradas e saídas da organização do evento, há alternância saudável de poder e não se incorre na ditadura do gosto, presente em outros eventos.
Artistas que vão além e buscam a verdade estão sujeitos a aplausos e vaias. Levei uma vaia totalmente injusta no festival. Associaram o Matou a família e foi ao cinema com o Collor, que inclusive prejudicou muito o longa, com o desmonte da Embrafilme.
A Claudia Raia, que estava no elenco, havia apoiado a campanha do Collor. Foi uma exposição brutal, em frente à minha família. Mas agradeço, por ter conhecido os canalhas da vida. Na covardia, os ignaros atacam os indefesos. Para o Festival, entretanto, tenho, sempre, só elogios.;
Juliano Cazarré e Érico Cazarré, ator e diretor
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Vladimir Carvalho, cineasta
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