Jornal Correio Braziliense

Festival de Brasilia 2017

Glauber Polanski: Atrasos tomaram conta do Festival de Brasília

A cara da xepa

Educada, a concorrente a troféu Candango Julia Murat pode até não ter reclamado. Mas, foi, no mínimo, ousada e arriscada a proposta da organização de relegar a exibição do concorrente Pendular ao ingrato horário das 22h de um domingo. Gente, a capital é feita de operário e de funcionário público. Tem cartão para ser batido, segunda, às 8h.

Boa noite, Cinderela

Entre tantos enxertos e gambiarras de horários -- com o efeito sanfona na programação que desacatou toda a agenda de sessões prevista --, quem levou a maior bolada nas costas foi a equipe do longa Vazante, no sábado. Daniela Thomas, a diretora do longa, ao fim da sessão, não transparecia tanta satisfação. A pessoa investe dez anos de trabalho numa produção, e estreia nacionalmente o filme que, marcado para as 21h30, começa às 22h55.

A casa é sua?

Pô, pessoal, vamos ter cuidado com os convidados! Chamou? Fez propaganda do evento? Agora, aguenta os convidados. Tipo, chegar no estacionamento do cinema, e ver a vaguinha de idoso vetada é coisa que não pode. Fica feio. E olha que a visão do Glauber alcança loge. Detectou um casal que frequenta o evento há 43 anos e se sentiu meio enxotado, travando briga com os conhecidos homens de preto.

Tô comendo o que, mesmo?


Muito boa a ideia das projeções na Praça de Alimentação, com filmes clássicos, e tal. O local, por sinal, deu enorme salto em termos de cardápio ofertado. O problema foi o breu completo, imperativo, numa Praça em que, supostamente, as pessoas querem ver o que estão comendo. O que vale mais: o paladar ou o visual?

Glauber Polanski, crítico de cinema, agitador cultural e de batidas de abacaxi, entrepreneur do cerrado, comentarista das redes sociais, comedor de coxinha com pequi e jornalista nas horas vagas.