Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro

Criador do Festival de Brasília, Paulo Emílio trouxe modernidade para a crítica cinematográfica

postado em 20/09/2012 08:24

Impossível resumir a vida e obra de Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), criador do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB), num verbete enciclopédico. O paulistano, filho pródigo do modernismo brasileiro, experimentou com apetite a efervescência de São Paulo pós-Semana de Arte Moderna de 1922 quando começou a desenvolver a crítica de arte profunda e o pensamento tão brasileiro, desses que lamentamos não existir mais. Os feitos e a memória do mestre serão celebrados no lançamento do livro Paulo Emilio ; O homem que amava o cinema e nós que o amávamos tanto, organizado pela jornalista Maria do Rosário Caetano, no sábado, e na realização do seminário Paulo Emilio e a crítica cinematográfica, realizado de hoje a sábado, à tarde, no Kubitschek Plaza Hotel.

Entre os participantes do seminário está o ensaísta e crítico de cinema Ismail Xavier, ex-aluno de Emílio, durante o mestrado feito na Universidade de São Paulo (USP) nos anos 1970. A convivência próxima com o mestre habilita Xavier a fazer observações pessoais e profissionais. ;Paulo Emílio tinha um lado oswaldiano, meio anarquista, irreverente. Era um construtor de frases de efeito, irônico, disposto a derrubar rituais, inclusive na sala de aula. Por outro lado, também foi um construtor de instituições, fundando a Cinemateca Brasileira. Ele tinha como fundamento o desenvolvimento da pesquisa cinematográfica no Brasil. Dentro do modernismo paulista, a característica do homem preocupado com a memória, a cultura brasileira, o aproxima mais a Mário de Andrade;, compara Xavier.

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