O quarto dia de disputa pelo Candango é uniforme no sotaque e no discurso. Das sete produções de Pernambuco escaladas no 45; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, duas chegam à tela da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional na noite de hoje. Mas os longas-metragens se comunicam não apenas pela proximidade geográfica. O primeiro trabalho de Gabriel Mascaro, que apresenta o documentário Doméstica, foi como estagiário de direção em Cinema, aspirinas e urubus (2005), o longa de estreia de Marcelo Gomes, selecionado em 2012 com Era uma vez eu, Verônica. Recortes da experiência urbana em Recife e outras localidades compõem, num plano mais geral, crônicas sobre a relação de indivíduos comuns com o espaço em que vivem, trabalham e respiram.
Todos os longas de Marcelo Gomes, talvez o principal diretor desta edição ao lado da carioca Lúcia Murat, trilharam ótimos caminhos em festivais internacionais: Cinema, aspirinas; (2005) passou na mostra Um Certo Olhar de Cannes, onde recebeu prêmio especial do Ministério da Educação francês; e Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009), codirigido pelo cearense Karim A;nouz, esteve em Veneza. Não é diferente com seu novo filme, Era uma vez eu, Verônica, selecionado em Toronto e San Sebastián. Mas Gomes lembra que sua ;vida internacional; começou aqui em Brasília, em 1995. ;Meu primeiro curta, Maracatu, maracatus, ganhou o festival. Estou muito feliz de voltar depois de tantos anos;, diz.