Jornal Correio Braziliense

Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro

Confira a repercussão do resultado do festival de cinema brasileiro

::::: O QUE ELES DISSERAM::::::

"A gente pensa em vias alternativas. A internet, a gente se abre a isso. Distribuidoras de internet já existem. Curtas da Trincheira, a produtora que integro, já entraram faz muito tempo. Algum dia, Eles voltam estará na internet. A gente também pensa na questão dos cineclubes, uma possibilidade insana de alcançar público Marcelo Lordello, diretor do melhor filme Eles voltam.

"A gente tem que atingir as salas do Brasil todo: esse é o grande desafio. Tanto os distribuidores quanto os exibidores têm que acreditar no nosso cinema. O governo deveria fomentar a ida ao cinema. A gente precisa formar plateia. O nosso cinema é o reflexo do nosso espelho, da nossa identidade. Espero que Verônica tire o Batman de cartaz: ela vai ter que ser o nosso Batman" Marcelo Gomes, diretor do melhor filme Era uma vez eu, Verônica.

"O que foi mais interessante na presença de Pernambuco aqui foi o diálogo. Não há uma escola pernambucana. A passagem por Brasília deixou uma coisa pra gente: nunca deixar de se arriscar, fazendo filmes que de alguma forma tocam algo muito profundo. E a gente fez isso. O prêmio de fotografia (por Canção para minha irmã) para Pedro Sotero, vai para além do filme, porque ele estava ainda tanto com Boa sorte, meu amor quanto com O som ao redor"
Pedro Severien, produtor de Boa sorte, meu amor.



"No júri, faltou um pouco de pegada de quebrar esse paradigma relacionado aos documentários mineiros. Chorei bicas, quando assisti ao Doméstica (documentário ignorado na lista de premiados). O júri foi didático, na parte dos documentários" Daniel Aragão, melhor diretor, por Boa sorte, meu amor.

"O curta-metragem tem pouco espaço para ser exibido, então o reconhecimento no Festival de Brasília é fundamental"
Gabriela Amaral Almeida, diretora do curta A mão que afaga, que levou sete prêmios.

"Fui para Pernambuco, 10 dias antes das filmagens. Tive sorte: os monólogos maiores ficaram para o final, então já estava mais fluente. Não tive fonoaudióloga, nem nada: me joguei. Fiquei que nem papagaio, repetindo o que falavam. Sobre Brasília, não imaginava que o festival tivesse esta dimensão". Christiana Ubach, atriz carioca (com sotaque pernambucano para o longa Boa sorte, meu amor).

"Sou do método da preparadora Fátima Toledo, então, não trabalho com construção de personagens. Para o ator, existe uma situação fictícia para ser vivida com verdade. Personagem é para o diretor e para o espectador"
Vinícius Zinn, ator brasiliense, há 10 anos afastado da capital e que protagonizou Boa sorte, meu amor

"Minha relação entre filme e filho continua: é igualzinho. Eu faço filme pra eu ficar livre dele e ele de mim. Filho é igual: mesmo que você não queira se livrar deles, eles vão se libertar de você. Filho e filme são feitos para caminharem sozinhos, pra ter independência" Cao Guimarães, diretor do premiado documentário Otto.

"Nunca pensei na questão da exposição tão grande com o filme Otto, senão, nem faria. Assim como o filho está para a vida, o filme também" Florencia Martínez, esposa de Cao Guimarães e mãe de Otto, cujo aguardado nascimento é registrado no documentário homônimo.

"Já fiz outras apresentações aqui em Brasília, mas nunca nada tinha sido aplaudido, em cena aberta, mais do que sete vezes. A gente faz filmes para as pessoas e esse é o grande momento de tantos anos de trabalho. E o Ney Matogrosso é essa pessoa comunicativa. O Joel Pizzini (diretor) sempre fala: ele é um animal cinematográfico e a gente soltou a fera"
Paloma Rocha, produtora executiva de Olho nu, de Joel Pizzini, que saiu sem premiações.

"O longa brasiliense Sob o signo da poesia foi perfeito. Revi o Mel da Terra, sempre inesquecível pra quem é daqui, além da fatia cultural de uma época cheia de gente ávida pela pura expressão artística". Raquel Magalhães, Advogada, 40 anos.

"Entre palavras e imagens, achei bacana como a natureza falou por si, no filme Sob o signo da poesia". Alexandre Canela,diretor e ator de teatro, 37 anos

"Difícil dizer algo de todas as etapas de análises, por júri, de um filme. Não vejo a lógica de separar o que seja popular do que seja erudito. Parece a voz do cara meio frustrado, mas não é. O processo de premiação deveria ser mais apolítico". Neto Borges, diretor de Sob o signo da poesia, documentário premiado, na Mostra Brasília, pelo júri popular.



"Era um filme urgente, mesmo sem edital, a gente tinha que fazer. Não tô levantando a bandeira pela feitura de vários filmes baratos. O filme do Marcelo Lordello (Eles voltam), que eu mais gostei, foi feito com o dinheiro de um curta. O meu quase não teve dinheiro, só o nosso. Junto com Boa sorte, meu amor, de Daniel Aragão, revelam uma linha de filmes potentes, que chegam às telas e conseguem se comunicar". Allan Ribeiro, diretor de Esse amor que nos consome

"Achei Elena um documentário maravilhoso, uma experiência muito sensorial: um filme impactante. Que bom que Brasília conseguiu ter, este ano, uma produção de documentário muito instigante. É bem feliz estar nessa seleção que tem apresentado filmes maravilhosos". Gabriel Mascaro, diretor de Doméstica, vencedor do troféu Saruê atribuído pela equipe do Correio.

"Foi supercaloroso: as pessoas saíram chorando, fiquei extremamente tocada. Fiquei bem feliz com o impacto. A sala ficou cheia e as pessoas bem concentradas, em silêncio. Saí muito realizada". Petra Costa, diretora de Elena, premiado pela melhor direção.

"Agradeço ao júri, charmoso, sensual, jeitoso e incrível "Eu amo Brasília: eu amo vocês, muito". Enrique Diaz,Candango de melhor ator, pelo filme Noites de reis.