Agência France-Presse
postado em 23/01/2010 09:36
GENEBRA - O governo haitiano encerrou as operações de resgate das pessoas soterradas sob os escombros de Porto Príncipe, onde pelo menos 132 sobreviventes foram socorridos desde o terremoto do dia 12, anunciaram neste sábado as Nações Unidas.
"O governo declara encerrada a fase de busca de sobreviventes", informou o Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), destacando em comunicado que as operações de resgate foram encerradas sexta-feira às 16h locais (19h de Brasília). "No total, 132 vidas foram salvas pelas equipes de socorristas internacionais", acrescentou o OCHA.
Uma senhora de 84 anos e um homem de 22 anos foram ontem os últimos sobreviventes resgatados dos escombros, 10 dias depois do terremoto de 7 graus na escala Richter que abalou o país e matou 111.499 pessoas, segundo o último balanço oficial das autoridades haitianas.
Para salvar vidas, 1.918 socorristas internacionais e 160 cães divididos em 67 equipes vasculharam os escombros da capital e das cidades e aldeias do sul do Haiti.
As operações humanitárias vão agora se focalizar na ajuda aos desabrigados, num momento em que se intensificam as distribuições de alimentos, água, cuidados médicos e barracas às centenas de milhares de sobreviventes, em Porto Príncipe e nas cidades mais devastadas de Jacmel e Leogane.
Importantes movimentos de população, muitos deles incentivados pelo governo, estão em curso, com dezenas de milhares de pessoas se dirigindo para as regiões poupadas pela catástrofe.
"O número das pessoas que deixam Porto Príncipe é maior a cada dia", destacou a ONU, afirmando que mais de 130 mil pessoas aproveitaram a oferta do governo de disponibilizar transporte gratuito para outras cidades. "O número total das pessoas que partem por seus próprios meios continua indeterminado", acrescentou a ONU.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o êxodo pode envolver até um milhão de pessoas e afetar o equilíbrio das regiões rurais pobres que vão receber os desabrigados.
As agências humanitárias instaladas no país antes do terremoto já constataram estas chegadas de populações, entre elas muitos feridos, no centro e no oeste do Haiti.