Haiti

Limpeza de escombros criará milhares de empregos no Haiti

Agência France-Presse
postado em 25/01/2010 16:07
O imenso caos deixado pelo terremoto do dia 12 de janeiro em Porto Príncipe e em outras cidades vai proporcionar milhares de empregos para os haitianos, que terão que limpar montanhas de escombros. [SAIBAMAIS]Organizações não governamentais como CHF International, presentes no Haiti há anos com financiamento norte-americano, se especializam agora em limpeza de escombros para dar emprego a milhares de haitianos. Na segunda-feira, a ONG dedicada a construir infraestruturas começou a distribuir materiais de obras a equipes de doze voluntários haitianos. "Esperamos empregar até 3.500 pessoas nos próximos meses em toda Porto Príncipe", disse Alberto Wilde, diretor da CHF International no Haiti. "Pagaremos a eles 6 ou 7 dólares por dia, dependendo do trabalho", acrescenta Sinah Al-Najjav, engenheiro iraquiano da organização. Já a ONU começou a pagar um máximo de 150 gourdes haitianos por dia, cerca de 5 dólares, a haitianos empregados para a limpeza. "Na segunda-feira contratamos 2 mil pessoas em Carrefour Feuille, mil pessoas em Leogane, mil pessoas em Gran Goave e mil em Petit Goave. Daqui há um mês e meio esperamos contratar até 200 mil pessoas", disse à AFP Eliana Nicolini, coordenadora do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Haiti. As equipes da CHF Internacional e do Caterpillar, responsável pelos equipamentos, já começam o trabalho enquanto esperam a chegada de 40 escavadoras e pás mecânicas, que se somarão às quatro máquinas que já estão trabalhando. No bairro de Delmas, oito caminhões cedidos por uma empresa local levam restos de cimento misturados com retalhos de roupas ou de cortinas. "Há gestos de solidariedade. O diretor dessa empresa local nos emprestou caminhões de graça", explica Sinan Al-Najjav. Quando surge um cadáver entre os escombros, o trabalho para e as equipes chamam as autoridades municipais: "cheguei a ver cadáveres em caminhões de lixo. Queremos evitar isso", assegura M. Al-Najjav. Mas a coordenação com os serviços municipais é muito difícil: "as prefeituras não têm escritório, nem dinheiro, nem gasolina, nem meios de comunicação", fala. Com dificuldades, as escavadoras nivelam o solo dos locais onde houve destruição: "retiramos escombros do espaço, quando não é perigoso, para que o proprietário da casa possa tomar posse de seu terreno e levantar uma barraca de campanha", explica Wilde, diretor da CHF.

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