postado em 26/01/2010 19:42
O comandante da companhia brasileira de engenharia que integra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o coronel Delcio Monteiro Sapper, disse hoje (26) à Agência Brasil que as construções haitianas são frágeis e que esse fato teria contribuido para agravar as consequências do terremoto que atingiu o país caribenho no último dia 12. ;Não sou um especialista, mas diria que as construções são frágeis. A gente vê que o material utilizado não é de boa qualidade, que as ferragens usadas nas lajes são muito fracas e eu tenho certeza de que isso agravou as consequências;, comentou Sapper ao ser perguntado sobre a inadequação das construções haitianas em uma região afetada pela ação de furacões e terremotos.
;Temos que lembrar que o país é muito pobre e que, logicamente, as construções refletem a capacidade econômica da população haitiana que, infelizmente, não é boa;, complementou o coronel.
Ao anunciar que as obras de engenharia realizadas pelo Exército brasileiro ao longo dos últimos cinco anos praticamente não foram afetadas pelo tremor de terra, Sapper comentou que os militares irão contribuir com a reconstrução de Porto Príncipe e região, trabalho que terá que adiantado antes do início da temporada de furacões que, tradicionalmente, atingem o Caribe a partir de julho.
;Até lá nós teremos um tempo para trabalhar. O que eu acredito é que, durante a reconstrução, se pense em melhorar as condições da população, retirando várias pessoas das áreas mais problemáticas para preservá-las de problemas futuros com os furacões;.
Sapper não descartou a hipótese de a companhia de engenharia ser reconfigurada para atender à demanda por obras de infraestrutura e assistenciais. ;As obras são caras e o volume de recursos será alto. Ainda estamos na fase de planejamento, mas, com toda a certeza, a companhia irá atua na reconstrução. Inicialmente nas bases militares prejudicadas, mas também na recuperação da infraestrutura haitiana, na parte de asfaltamento de ruas e estradas e na construção de escolas e hospitais. Tudo que for necessário e que a companhia tiver condições de fazer nós faremos;, concluiu o coronel.