PORTO PRÍNCIPE - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quinta-feira (25) ao Haiti, país devastado pelo terremoto de 12 de janeiro passado, para confirmar o apoio do Brasil à reconstrução.
Lula foi recebido em Porto Príncipe pelo presidente haitiano, René Préval, que informou ao líder brasileiro sua estimativa de entre 200 mil e 300 mil mortos na catástrofe. "Neste momento de dor, de desespero, devemos levantar a cabeça e acreditar que o Haiti sairá mais forte dessa crise do que antes", disse Lula a Preval na base das forças brasileiras no país.
"Um povo que já fez a luta que fez o povo do Haiti, este país que foi o primeiro país do continente a conquistar a sua independência, não vai se curvar diante de mais um revés, diante de mais uma adversidade".
"Eu estou convencido que os homens e as mulheres do Haiti saberão, de cabeça erguida e com muito mais força, e com a solidariedade que estão recebendo do mundo inteiro, construir um Haiti muito mais justo para o próprio povo do Haiti".
Lula garantiu a Preval que o governo brasileiro está disposto a fazer tudo o que estiver ao seu alcance, e em parceria com o governo do Haiti, "porque é importante, neste momento, que a gente fortaleça o governo do Haiti...".
O presidente lembrou que discutiu na Unasul uma doação de 100 milhões de dólares ao Haiti, e que parte desse dinheiro irá para o orçamento do governo haitiano, que "sabe o que fazer".
Segundo Lula, "poucas vezes se viu tamanha disposição de fazer solidariedade". "Todos os países, dos maiores aos menores, todos estão dispostos a fazer tudo e qualquer sacrifício para ajudar o Haiti".
O líder brasileiro destacou que a ajuda estará subordinada "à orientação do governo" haitiano: "É o Haiti que tem que dizer o que quer que a gente faça, onde quer que a gente faça e como a gente faça. Ou seja, não é sair do Brasil, chegar aqui e fazer as coisas do jeito que nós quisermos fazer (...) Este país tem governo legitimamente eleito pelo voto popular e toda a ajuda do Brasil será , sim, ao governo do Haiti.
O presidente advertiu que a reconstrução do Haiti é um trabalho que "vai demorar", porque será "quase que refazer um país e fazer de forma mais segura, mais estável e com mais segurança do que era feito antes".
Lula destacou ainda que é preciso fazer "uma gestão junto a todos os credores do Haiti no mundo" para anistiar a dívida de 1,3 bilhão de dólares do país, "o que vai permitir que o Haiti esteja credenciado para começar a estabelecer novas linhas de crédito junto ao sistema financeiro internacional".