Jonh F. Kennedy

Família Kennedy conheceu o lado mais glamuroso e sombrio do poder

Forjada pelo patriarca para ser poderosa, a família Kennedy entrou em derrocada após acidentes aéreos e dois assassinatos

Rodrigo Craveiro
postado em 19/11/2013 06:01
O embaixador Joseph P. Kennedy e a mulher, Rose Elizabeth, posam para foto com os nove filhos, em Bronxville (Nova York): JFK está em pé, à direita

Era uma vez uma família de origem irlandesa, rica e talhada para o sucesso. Ao incorporar um status de nobreza dentro da política americana, a ponto de ser denominada de dinastia dos Camelot, ela conheceu o lado mais obscuro e perigoso do poder. Os assassinatos do então presidente norte-americano, John F. Kennedy Jr., e de seu irmão Robert Francis Kennedy, em um intervalo de menos de cinco anos, mergulharam o poderoso clã no luto, enquanto ele se debatia contra a presença ; cada vez mais incômoda ; dos holofotes da mídia. Desde a morte de Bob, em 6 de junho de 1968, a família Kennedy perdeu grande parte do vigor e da aura. O trágico destino do candidato à Casa Branca, que mantinha acesa a chama do legado de John F. Kennedy, foi considerado por analistas como o golpe de misericórdia em meio a uma história repleta de glórias, mas, também, marcada por assassinatos, doenças e acidentes. A sociedade dos Estados Unidos começou a se mover mais à direita, rejeitando o liberalismo de JFK e de Robert. De acordo com o historiador Rick Halperin, professor da Southern Methodist University (em Dallas), essa tendência contribuiu para a derrocada dos Kennedys.

Os patriarcas, Joseph Patrick Kennedy e Rose Elizabeth Fitzgerald, tiveram nove filhos: quatro homens e cinco mulheres. Em 12 de agosto de 1944, Joe Kennedy Jr. morreu, aos 29 anos, durante a explosão da aeronave pilotada por ele, durante a Segunda Guera Mundial. Quatro anos depois, Kathleen Agnes, então com 28 anos, foi vítima de um desastre aéreo na França. Então, vieram os assassinatos de John e de Robert. Em 25 de agosto de 2009, o senador Edward ;Ted Kennedy;, 77 anos, não resistiu a um tumor no cérebro. Rosemary, a primeira filha mulher, sofria de abruptas mudanças de humor e de retardo mental. Aos 23 anos, uma lobotomia teria agravado sua condição e a tornado incapacitada pelo resto da vida.

A primeira tragédia enfrentada pela família frustrou os planos de Joseph. O cientista político Cal Jillson, colega de Halperin, lembra que o chefe do clã Kennedy estava determinado a conduzir a família da margem católica irlandesa da sociedade para os centros de poder. ;Quando o filho mais velho (Joe Jr.) morreu na guerra, a posição de comando caiu sobre John, partilhada com o irmão caçula, Robert, que se tornou procurador-geral;, explica. ;Joseph planejava que seus filhos ascendessem aos mais altos postos do governo dos EUA. E ele foi bem-sucedido: John foi presidente, Robert foi procurador-geral e Ted, senador. O clã Kennedy atraiu nossa fascinação porque tinha mais de um aspirante à Presidência dos Estados Unidos. Robert teria sido eleito em 1968, caso não tivesse sido assassinado;, emenda Halperin.

Ex-deputado e cientista político da George Washington University, Mark Kennedy vê o papel da matriarca, Rose Elizabeth, como fundamental na moldagem do sucesso de John Fitzgerald Kennedy e de outros parentes. ;Foi ela quem embutiu em seus filhos uma fé inabalável, uma afeição pela família e um senso agudo de cumprimento do dever. Sua devoção à fé, aos filhos e ao trabalho conduziu as conquistas do clã Kennedy;, diz o especialista, que partilha de um distante grau de parentesco com JFK. Mark acredita que Robert emanou um nível de convicção e de paixão que excedeu ao de John, o irmão mais ilustre. Os Kennedys que sucederam o ex-presidente assassinado precisaram conviver com o desafio de serem julgados, pela sociedade, de acordo com os mais altos padrões. Segundo ele, ao trabalhar sob intensa pressão para resgatar os ideais de John e Bob, o senador Ted Kennedy carregou o fardo de ser porta-estandarte de uma grande família que se debatia contra o luto.

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