Pedro Venâncio
postado em 25/07/2013 06:01
Rio de Janeiro ; Em seu terceiro dia em solo brasileiro, o papa Francisco pisará hoje, pela primeira vez, numa favela carioca. Pacificada recentemente, Varginha, no Complexo de Manguinhos, vai receber o pontífice no fim da manhã para ter a bênção e ouvir o discurso do líder da Igreja Católica. O policiamento já é forte desde ontem na região, que ficou conhecida como Faixa de Gaza devido aos constantes conflitos entre polícia e traficantes. O papa deve ir de helicóptero à comunidade da Zona Norte da capital fluminense. Hoje é feriado no Rio. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, reconheceu ontem que houve erro do poder público na segurança do pontífice no primeiro deslocamento feito entre o aeroporto do Galeão e a Catedral Metropolitana na última segunda-feira. Na ocasião, o papa ficou preso em um engarrafamento entre os fiéis e ônibus na principal via do Centro, em carro fechado, com vidro aberto.
;Sobre o episódio da Avenida Presidente Vargas, uma responsabilidade é nossa. Não tem jogo de empurra aqui. A gente realizou um trabalho em conjunto. Graças a Deus não aconteceu nada, mas houve uma falha nossa do poder público. Não convém apontar dedo. Vamos impedir que isso aconteça de novo;, disse Paes. Ele acrescentou que Francisco tem um perfil diferente, de querer estar sempre próximo do público, e que isso deve ser respeitado. ;Mas não poderia ter sido daquela maneira (erro do Estado);, disse.
;Mercadores da morte;
Ontem, após chegar de Aparecida (SP), o papa inaugurou um polo para tratamento de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca. Ele era aguardado, sob chuva, por cerca de 1,5 mil pessoas. Mesmo cansado, discursou e acusou os traficantes de serem os ;mercadores da morte;. Foi a primeira vez que falou publicamente sobre o problema das drogas desde o início de seu pontificado. ;São tantos os ;mercadores da morte; que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo (;). A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem;, afirmou. Francisco também atacou os projetos de liberalização das drogas na América Latina. ;Não é deixando livre o uso das drogas, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química.;
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