Martha Correa - Esp. para o CB
postado em 05/12/2016 20:31
Apesar das queixas de abusos contra as operadoras do sistema de cartões, os comerciantes reconhecem a importância dos meios eletrônicos de pagamento para os seus negócios. Que o diga Mauro Calichman, diretor executivo do grupo Jorge Ferreira, que tem 10 estabelecimentos em Brasília, entre bares, restaurantes e um mercado. Quase 90% das vendas são realizadas eletronicamente. ;A comodidade aos clientes trouxe segurança para os comerciantes. O problema são as taxas cobradas pelo uso das maquininhas, altas demais para um negócio de risco zero. Quem mais sofre são os pequenos estabelecimentos, que não têm poder de barganha;, afirma.
[SAIBAMAIS]Gerente de uma papelaria no Setor Comercial Sul, Dhones Melo diz que o uso de máquinas de cartão de crédito e de débito trouxe mais segurança para o comércio e comodidade aos clientes, mas, além das altas taxas cobradas por operação, ela se queixa da demora para o reembolso dos recursos ; a demora chega a 30 dias. ;É caro, mas não há como abrir mão dos cartões. É preciso melhorar a relação com os lojistas;, destaca.
Dhones conta que o único instrumento de pagamento que não passa pela sua caixa registradora é o cheque. ;O calote é muito alto. Os documentos devolvidos por falta de fundos somam R$ 7 mil e será muito difícil receber os recursos, porque, para acionar a Justiça, é preciso pagar, sem garantia de retorno;, assinala. Dono de uma lanchonete, Osvaldo Ribeiro aceita apenas cartão de débito e dinheiro na sua loja. As transações com cheques, que, no passado, representavam a metade dos pagamentos feitos no estabelecimento, deixaram de ser recebidas. ;Para nós, aceitar cartão é muito caro;, lamenta.
Anonimato
Estudo desenvolvido em conjunto pela consultoria Capgemini e o Banco BNP Paribas mostra que, mesmo com aumento substantivo dos pagamentos por meios digitais, o dinheiro vivo (cash), em volume, ainda é predominante no mundo inteiro, principalmente em operações de baixo valor, por força de costumes e questões culturais arraigadas. Muitos acreditam que o dinheiro os mantêm no anonimato.