postado em 11/10/2012 17:27
Estocolmo - O romancista chinês Mo Yan recebeu nesta quinta-feira (11/10) o Prêmio Nobel de Literatura 2012, concedido por sua obra que retrata de forma realista a turbulenta história de seu país e seu apego à terra da China oriental, onde cresceu. Mo Yan, de 57 anos, consegue conjugar "com realismo alucinatório, lendas, histórias e elementos contemporâneos", destacou a Academia Sueca.
É o segundo escritor de língua chinesa a ganhar esta premiação. Antes dele, um primeiro escritor nascido na China, Gao Xingjian, dissidente naturalizado francês em 1997, recebeu o prêmio em 2000. Mas esta informação foi censurada pela imprensa chinesa. Mo Yan nasceu em 1955 em uma família de agricultores que experimentou a fome durante o período de 1958-1961, quando a campanha de coletivização excessiva, iniciada por Mao, provocou a morte de 20 a 50 milhões de pessoas. Em sua cidade natal, na província de Shandong, viveu uma juventude marcada pela privação, uma escolaridade complicada e rapidamente interrompida, em meio À Revolução Cultural.
Mo Yan, contactado pela Academia, recebeu a notícia quando estava na casa de seu pai. "Ele está extremamente feliz e assustado", informou o secretário da instituição, Peter Englund, entrevistado pela televisão estatal sueca. Segundo a agência Nova China, o escritor declarou que, "ao saber que me concederam esta recompensa, eu me senti muito feliz". "Vou me esforçar mais na criação de novas obras. Quero trabalhar mais para agradecer a todo o mundo", acrescentou.
O laureado usa um pseudônimo que significa "não fale". Seu verdadeiro nome é Guan Moye. O seu romance mais conhecido, "Sorgo Vermelho", ganhou uma adaptação para o cinema do diretor Ahang Ymou, que venceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 1988. É um dos escritores mais renomados da China. Considerado próximo do regime de Pequim, tem sido criticado por outros escritores chineses por sua falta de apoio aos autores dissidentes.