Na véspera do início do conclave que elegerá o próximo papa, o gaúcho Odilo Scherer, 63 anos, arcebispo de São Paulo, chegou ontem para a última das reuniões preparatórias sob a atenção dispensada aos favoritos para suceder Bento XVI. De acordo com o jornal italiano La Stampa, dom Odilo ; o mais cotado, porém não o único brasileiro incluído entre os papabili ; já teria 25 votos entre os 115 eleitores. A escolha de um pontífice de fora da Europa, inédita em 2 mil anos da Igreja Católica, parecia ter como principal obstáculo o arcebispo de Milão, Angelo Scola, 72, que marcaria o retorno de um cardeal italiano ao Trono de Pedro, depois de 35 anos.
;A eleição de um papa é diferente da eleição de um líder político, para o qual é importante a proveniência, enquanto o papa, uma vez eleito, é cidadão do mundo, da Igreja;, analisa frei Evaldo Xavier Gomes, consultor jurídico e canônico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Garantindo que a nacionalidade não é o mais relevante no processo, frei Evaldo não esconde a torcida e afirma que a escolha de um brasileiro seria ;uma festa e uma grande honra;. O padre Geraldo de Mori, vice-presidente da Sociedade de Teologia e Ciência da Religião (Soter), justifica a especulação em torno de dom Odilo pela necessidade de reformas na Igreja. ;Há uma espécie de cansaço no catolicismo europeu;, observa.