Um mês singular antecedeu o conclave que escolherá, a partir de hoje, o novo líder da Igreja Católica. Quando Bento XVI surpreendeu a todos ao anunciar, em 11 de fevereiro, sua renúncia ao Trono de Pedro, as conversações sobre quem o substituiria começaram imediatamente. Mas foi também durante essas quatro semanas que cardeais de meia centena de nacionalidades puderam se inteirar dos problemas e desafios atuais da Igreja, enquanto se debruçavam e debatiam em busca do perfil mais apropriado para guiar 1 bilhão de fiéis em um tempo que os próprios hierarcas do Vaticano definem como tempestuosos. A votação secreta na Capela Sistina deverá refletir as conclusões desse processo.
Na avaliação do padre Vincent Lapomarda, da College of the Holy Cross (Massachusetts, EUA), os eleitores chegam ;bem preparados; ao início das votações. Segundo o professor de história, desde o anúncio da renúncia, efetivada em 28 de fevereiro, os cardeais têm estado ;bem engajados; em conversações para definir o sucessor. ;Diferentemente de outras épocas, dessa vez eles foram capazes de se comunicar rapidamente, graças aos avanços na área de comunicação;, afirmou. Apesar de as reuniões preparatórias ; chamadas de Congregações Gerais ; terem começado apenas na segunda-feira da semana passada, os cardeais já teriam desembarcado em Roma cientes das especulações sobre os principais papabili, além dos escândalos que atingiram a Igreja recentemente.