Agência France-Presse
postado em 17/03/2013 07:51
Bueno Aires - A audiência que o papa Francisco concederá, na segunda-feira, à presidente de seu país, a argentina Cristina Kirchner, gera expectativas de uma aproximação para quebrar o gelo entre os dois, que se distanciaram sobretudo após a aprovação da lei de casamento entre homossexuais em 2010."Agora não resta outra coisa à presidente que ser diplomática, em outro momento não foi tanto", avaliou neste sábado, em declarações à imprensa argentina, o bispo de Puerto Iguazú (Missões, nordeste), Joaquín Piña, um jesuíta que foi colega de estudos do hoje papa que, em 2006, fez fracassar em sua província um projeto para a reeleição indefinida do governador, que pertencia ao partido da presidente.
[SAIBAMAIS]A audiência será celebrada às 08h50 de Brasília na Casa Santa Marta, onde o papa vive temporariamente à espera de se mudar para seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, onde costumam ser celebradas as audiências com chefes de Estado.
"É nosso desejo que tenha, ao assumir a condição e guia da Igreja, uma frutífera tarefa pastoral desempenhando grandes responsabilidades em prol da justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da humanidade", dizia a breve carta em que Cristina Kirchner saudou a eleição do cardeal como máximo representante da Igreja Católica.
A presidente assistirá na terça-feira à cerimônia de entronização de Francisco com uma comitiva de doze integrantes, entre funcionários, legisladores governistas e da oposição, empresários e representantes sindicais.
A relação entre o ex-arcebispo de Buenos Aires e Kirchner sempre foi marcada por atritos, devido em parte às combativas homilias do cardeal, nas quais costumava exaltar "o escândalo da pobreza e a falta de trabalho" ou "o flagelo da droga e da delinquência" no país.