Oscar Niemeyer

Artistas e escritores brasileiros comentam a morte de Oscar Niemeyer

Nahima Maciel
postado em 06/12/2012 01:02
Niemeyer foi amigo do poeta Ferreira Gullar por mais de cinco décadas e inspirou o poema Lições de arquitetura, no qual o poeta exalta da mesquita de Argel e as linhas do arquiteto. Gullar recebeu a notícia da morte do amigo com tristeza e emoção. O artista plástico Cildo Meireles, que morou em Brasília durante a infância e adolescência, também lamentou a morte do arquiteto, uma referência estética e humana. Para Ralph Gehre, artista da cidade que cursou arquitetura na Universidade de Brasília (UnB), Niemeyer criou uma linguagem arquitetônica para o Brasil.

"Ele renovou a arquitetura e inovou dentro da arquitetura moderna, que já era uma arquitetura altamente inovadora e criativa. Ele deu mais lirismo e mais beleza às obras da arquitetura moderna. Tem muitas obras do Oscar que me tocam e uma delas é o Museu de Arte Contemporânea de Niterói: parece um disco voador que posou ali na baía de Guanabara. O próprio Palácio da Alvorada é uma obra muito bonita, assim como o conjunto do Congresso. Ele tem uma obra que me inspirou, inclusive, um poema que é a mesquita de Argel: é uma obra muito original construída sobre a água da baía de Argel. Só tem praticamente a cúpula da mesquita, uma coisa fantástica", Ferreira Gullar, poeta, 82 anos



"Eu admiro no Niemeyer sobretudo a atitude dele ao longo da vida. Durante muito tempo eu morei num projeto dele aí em Brasília. A gente foi em 1958 e minha mãe mora até hoje na 713 Sul", Cildo Meireles, artista plástico, 64 anos

"Me surpreendi emocionado. Ele fundou uma arquitetura para a gente. Sou capaz de ver muito da casa brasileira no espaço que ele constrói, que ele desenhou. Quando o Brasília Palace foi reinaugurado eu circulei por ali e tive uma impressão de maestria. Aquele espaço nos conduz, surpreende, encaminha e isso é tão raro de acontecer na arquitetura", Ralph Gehre, artista plástico, 60 anos

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