Oscar Niemeyer

Morte de Oscar Niemeyer levanta questão sobre preservação das obras

postado em 08/12/2012 15:58
Em Natal, o Parque da Cidade está parcialmente interditado. Revitalização parada A nobre assinatura de Oscar Niemeyer em prédios e monumentos de traços únicos não foi capaz de resguardá-los do descaso. O arquiteto espalhou ao menos 179 obras Brasil afora, mas nem todas estão bem cuidadas, sofrendo com a deterioração e o abandono. Receosos de esse legado se perder, familiares e amigos já fazem o apelo. %u201CMeu medo é que as pessoas olhem pouco para elas, já que agora temos uma pessoa a menos para reclamar. O Oscar se preocupava muito com o estado das obras%u201D, diz Carlos Magalhães, amigo e chefe de seu escritório em Brasília. Para Magalhães, é hora de redobrar a preocupação com a preservação do patrimônio. %u201CE rezar para que os poderes públicos saibam cuidar dessa preciosidade%u201D, diz o amigo, acrescentando uma reclamação em relação ao atraso para a entrega da restauração da Catedral de Brasília, prevista para dois anos atrás. Segundo ele, uma das maiores preocupações são as obras deixadas no interior do país, com menos holofotes para chamar a atenção da sociedade. Após lutar por um monumento do artista, Luziânia teve Centro Cultural pichado Luziânia, em Goiás, se desdobrou para conseguir o projeto do seu Centro Cultural. Foi até a babá de dois netos de Niemeyer, nascida na cidade, para conseguir contato com o escritório. Tirou a obra do papel, mas agora sofre com o desrespeito de alguns de seus moradores. Pichações foram feitas em suas paredes. %u201CInfelizmente é um problema que a cidade vem enfrentando%u201D, lamenta o vereador Gastão Leite (PSDB). Em Natal, as duas obras do arquiteto lidam com a falta de atenção do poder público. O Presépio de Natal, de responsabilidade do governo do Rio Grande do Norte, foi inaugurado em 2006 e já está abandonado. Sofre com infiltrações, falta de corte no gramado e vidros quebrados. Ao custo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos, hoje é abrigo de moradores de rua, em vez de sediar eventos culturais. O governo promete fazer licitação para recuperá-lo no ano que vem. Já o Parque da Cidade, inaugurado em 2008, era para ser um Centro de Conservação com atividades de lazer e educação ambiental. Está parcialmente interditado, liberado apenas para caminhadas. A prefeitura já tentou revitalizá-lo, mas a empreiteira vencedora da licitação faliu. Em nova licitação, a vencedora ainda não armou o canteiro de obras.

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