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Julgamento do mensalão se torna aprendizado para estudantes de direito

postado em 02/08/2012 10:50
Doutoranda, Danniella Karla acompanha o caso:
O julgamento do mensalão é uma aula magna para os estudantes de direito. As acusações de peculato, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta contra os 38 réus e as estratégias, tanto da defesa quanto da acusação, a função do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, assim como o relatório e o voto do ministro da Suprema Corte Joaquim Barbosa podem ajudar os candidatos a bacharel a entenderem o que os professores ensinam em sala de aula.

A tese de que acompanhar as sessões no STF com o auxílio de um profissional maximiza o aprendizado é da professora de direito penal Carolina Costa. ;Esse julgamento vai ser uma grande aula de direito;, resumiu. Ela acredita que essa é uma oportunidade única para os estudantes verem na prática como o rito ocorre. Seus alunos serão indicados a fazerem uma atividade extra-classe de análise da denúncia, individualização da conduta e avaliação se as provas condizem com o que foi colocado no processo. ;A intenção é que eles entendam como se dá um julgamento de proporção internacional. São muitos crimes e políticos conhecidos envolvidos;, explicou a professora. Segundo ela, entre os itens que podem ser observados pelos alunos estão o direito à ampla defesa, o contraditório e os argumentos dos ministros para que seja feito um debate jurídico, e não político.



[SAIBAMAIS]O servidor público federal e estudante de direito Davison Barros, 48 anos, é um dos alunos que vai assistir às sessões dos ministros da Suprema Corte com um olhar mais crítico. Sua atenção estará não no resultado, mas nos trâmites e em todo o rito processual. ;Vou focar no debate entre a defesa e a acusação, principalmente porque essa é a hora em que o STF tem a chance de mudar a fama de impunidade que existe no país. Essa vai ser a hora de mostrar que temos Justiça;, afirma. A estudante de doutorado Danniella Karla, 29 anos, alerta para a singularidade do caso. ;É evidente o peso do fator político. O STF está demorando muito para julgar a ação, a repercussão será enorme. Se fosse outro caso, com uma pessoa comum, ela já estaria presa. Mas como são pessoas com muito dinheiro e força política, estão respondendo em liberdade.;

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