postado em 06/08/2012 14:31
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu às 14h30 a nova etapa no julgamento do mensalão. Hoje, a defesa dos réus se pronuncia contra a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). Diante dos 11 ministros do Supremo estão os defensores do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu; do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; do ex-presidente do PT José Genoino; e dos empresários Marcos Valério e Ramon Hollerbach . Eles terão uma hora cada um para tentar provar que o maior escândalo da política recente não existiu, se restringindo a uma usual prática de formação de caixa dois para pagar contas eleitorais.
A defesa de José Dirceu é a primeira a se manifestar. Ele foi apontado pelo então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, como o ;chefe da quadrilha;. Delúbio e Genoino, os responsáveis por operar o esquema no PT, e Marcos Valério ; ao lado de Hollerbach ; escalados para intermediar os recursos perante os bancos BMG e Rural.
[SAIBAMAIS]O advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima, deve afirmar que não há provas do envolvimento do cliente, acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa, com o esquema de corrupção. Dirceu alega que não tinha mais qualquer relação com o PT ou com Marcos Valério, já que, assim que tomou posse como ministro, seguiu orientação da direção partidária de abandonar qualquer posto de comando na legenda e se concentrar no governo.
Na sequência falará o advogado de José Genoíno, Luiz Fernando Pacheco. O ex-presidente do PT é acusado de negociar com os líderes partidários o apoio aos projetos de interesse do governo e a consequente vantagem financeira, atuando como interlocutor político do grupo criminoso. Por formação de quadrilha e corrupção ativa ele também pode ficar até 15 anos preso.
Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Delúbio Soares, será o terceiro da lista. O cliente dele, na época tesoureiro do PT, foi identificado na investigação como o elo entre os núcleos político operacional e financeiro; indicava para o empresário Marcos Valério os valores e os beneficiários dos recursos. Pode pegar até 15 anos também por formação de quadrilha e corrupção ativa.
A fala do advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, será a penúltima. Na sexta-feira (3/8), ele reclamou do tempo que terá para defender o cliente, destacando que Valério foi citado 197 vezes pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, durante a acusação. Sócio nas agências DNA Propaganda e SMP Comunicação, o empresário é acusado de viabilizar o esquema ilícito de desvio de recursos públicos. Além de formação de quadrilha e corrupção ativa, ele pode responde pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que juntos podem render 45 anos de prisão.
Último a falar, o advogado do sócio das empresas de Valério, Ramon Hollerbach, também tentará provar que o cliente não integrava a rede societária estruturada para mesclar atividades lícitas do ramo de publicidade com atividades criminosas.