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Defesa de réus do mensalão é suspensa e será retomada nesta quarta

postado em 07/08/2012 19:16
Com a sustentação de José Carlos Dias, que defende a ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, foi suspensa, às 19h, mais uma sessão de julgamento da Ação Penal 470, o mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF). Com um arquivo de 225 páginas, ele representou a ré contra a acusação de que o banco, à época controlado por ela, serviu como braço financeiro do esquema criminoso, em troca de favores do governo. Para ele, Kátia não tinha participação direta na parte financeira e é julgada injustamente pelo país inteiro como quadrilheira. "É uma quadrilha entre os quadrilheiros que não se conhecem, nunca se reuniram, jamais se juntaram".

As defesas de outros quatro réus foram ouvidas durante toda a tarde e parte da noite. O primeiro advogado chamado à tribuna foi Castellar Modesto Guimarães Filho. Ele defendeu Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério, que é acusado de ter participado de negociação dos empréstimos e da distribuição de recursos a políticos para obter contratos de publicidade. Na leitura do texto de defesa, ele disse que o cliente era apenas um "homem de criação". "Quem tem perfil de criação não cuida da administração e nem da parte financeira".





Em seguida, Paulo Sérgio Abreu e Silva leu a sustentação da defesa de Rogério Tolentino, também sócio de Valério. Ele é acusado de ter participado na negociação dos empréstimos e de ter ajudado a montar o esquema de distribuição dos recursos para os políticos. Paulo Sérgio disse buscar justiça ao fazer a defesa do réu e negou qualquer sociedade entre o cliente e Valério. Ironizou o julgamento ao compará-lo a um "roteiro para novela das oito". Confirmou que Tolentino entregou cheque para o empresário, mas frisou que ele "não entregou dinheiro para político nenhum".

Leonardo Isaac afirma que Simone passou os últimos sete anos de forma sofrida

[SAIBAMAIS]Leonardo Isaac Yarochewski fez a defesa da ex-diretora administrativa e financeira da SMP, Simone de Vasconcelos. Ele ressaltou a "vida vivida e sofrida nos últimos 7 anos" pela cliente. Argumentou que Simone ocupava apenas uma posição subalterna na empresa SMP e que executava demandas passadas pelos sócios, não tendo qualquer poder de decisão, mesmo sendo diretora administrativa e financeira da empresa. Ele arrancou risos dos presentes aos dizer que há uma "banalização" do uso dos termos bando e quadrilha. "Até na novela das oito, a Carminha disse que ia processar a Nina por bando ou quadrilha", disse.



"Mequetrefe"

Passados 30 minutos de intervalo, a sessão foi reiniciada com uma questão de ordem levantada pelo advogado de Kátia Rabello, José Carlos Dias, questionando a ausência de Cármen Lúcia no plenário. A ministra pediu para se ausentar pouco antes dos 30 minutos de pausa, mas disse que nesta quarta-feira (8/8) ouviria as gravações das últimas sustentações. O presidente do STF, Ayres Britto indeferiu e a unanimidade dos ministros o acompanhou.

Em seguida foi dada a palavra a Paulo Sérgio Abreu e Silva, advogado da ex- gerente financeira da SMP, Geiza Dias dos Santos. Da mesma forma que o advogado de Simone Vasconcelos, a defesa de Geiza afirmou que a ré era apenas uma funcionária "mequetrefe, de terceiro ou quarto escalão" da SMP e que recebia ordens diretas de Simone Vasconcelos ou dos sócios da empresa. "Era uma batedeira de cheque", disse.

Próxima sessão

Nesta quarta-feira (8/8) estão programadas as sustentações das defesas do ex-executivo do Banco Rural, José Roberto Salgado; do ex-diretor do Banco Rural, Venícius Samarane; da ex-executiva do Banco Rural, Ayanna Tenório Torres de Jesus; do ex-deputado federal (PT), João Paulo Cunha; e do ex-secretário de Comunicação do governo (2005), Luiz Gushiken. A sessão está prevista para as 14h e cada um dos advogados deve falar por até uma hora.

Com informações de Diego Abreu.

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