OsNomesDoMensalao

Após breve defesa de advogado, STF finaliza sessão; julgamento volta na 2ª

postado em 10/08/2012 19:03
Após uma breve sustentação de Délio Fortes Lins e Silva, advogado do réu do mensalão Antônio de Pádua de Souza Lamas, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram encerrar a sessão desta sexta-feira (10/8). A sessão foi finalizada cerca de uma hora antes em relação aos dias anteriores.

Em sua defesa, Silva afirmou que houve um abuso do Ministério Público ao denunciar sei cliente. Para Délio, foi cometida ;uma irresponsabilidade contra Antônio Lamas;. Lamas assessorava a liderança do PL (Partido Liberal) na Câmara dos Deputados e é acusado de participar do esquema de repasse ilegal de dinheiro ao partido, realizando um saque a favor do presidente da legenda.



Nas alegações finais, o Ministério Público Federal pediu a absolvição de Lamas dos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por falta de provas.



O advogado zombou da denúncia do MP e sugeriu que Antonio Lamas foi denunciado por causa do sobrenome. ;Quer nome mais midiático para se fechar um quadro com 40 ladrões?; "Será que ele (Antônio Lamas) foi denunciado pelo sobrenome? Talvez se fosse José da Silva ficaria de fora", afirmou.

[SAIBAMAIS]"Zero a esquerda"

Antes dele, foi ouvida a defesa de Jacinto Lamas, que na época do mensalão era tesoureito do PL e, segundo acusação, recebeu valores ilícitos em nome de Valdemar da Costa Neto.Em sua sustentação, o advogado Délio Lins e Silva afirmou que se o ;mensalão existiu, Jacinto Lamas não participou;. O advogado disse aos ministros que ele era um ;homem de confiança de Valdemar da Costa Neto;. Simultaneamente, sustentou que saques bancários foram feitos por ordem de Valdemar, ;sem que ele (Jacinto Lamas) soubesse a origem, ou muito menos a destinação dos valores;. Silva afirmou ;Jacinto era um zero a esquerda em termos políticos.

Valdemar da Costa Neto

A defesa do deputado Valdemar da Costa Neto sustentou que o parlamentar recebeu o dinheiro, mas que desconhecia a origem ilícita. O argumento de seu defensor é que o PL já tinha alinhamento com o governo por ser a mesma legenda do então vice-presidente José Alencar, e que a verba recebida seria usada para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002. Segundo Bessa, o valor que o Partido Liberal (atual PR) recebeu era referente à campanha eleitoral, e não ao mensalão.

Nulidade do processo

A defesa de Carlos Alberto Quaglia, dono da empresa Natimar, pediu no julgamento do mensalão a nulidade do processo para o seu cliente. O defensor público-geral federal, Haman Tabosa de Moraes e Córdova, alegou que houve cerceamento de defesa, uma vez que o advogado de Quaglia, Haroldo Rodrigues, não foi intimado durante o andamento do processo. Córdova foi o primeiro defensor público a participar do julgamento do mensalão. ;É um réu indefeso, com braços e pernas amarrados. A Defensoria Pública da União foi intimada e se manifestou pedindo a intimação do acusado para saber sobre a mudança de advogado;, disse.

Primeiro a falar

O primeiro representante da defesa a se prounciar durante as sustentações orais desta sexta foi Guilherme Alfredo de Moraes Nostre, advogado de Breno Fischberg, sócio-proprietário da corretora Bônus-Banval. Ele é acusado de usar a empresa para lavar dinheiro ilícito do mensalão para o PP. Durante uma hora, Nostre afirmou que Breno não conhecia Marcus Valério. ;Não há nenhuma prova colhida que possa veicular o acusado Breno Fischberg aos fatos;, afirma. "Breno Fischberg não conhecia nenhum outro componente da suposta quadrilha e nem os componentes o conheciam", completou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação