O penúltimo dia de defesa dos réus do mensalão terminou por volta das 19h15 desta terça-feira (14/8), no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O 9; dia de julgamento da ação penal 470 foi finalizado com alusões à Odete Roitman e Cazuza.
Sebastião Tadeu Ferreira Reis, o primeiro advogado a defender o ex-parlamentar petista João Magno de Moura fez críticas à acusação do mensalão lembrou de José Dirceu aos ministros. ;José Dirceu foi acusado de tudo, só faltou ser culpado pela morte de Odete Roitman;, zombou. Ele falou por 40 minutos no plenário e logo depois foi a vez de Wellington Alves Valença fazer a sustentação oral ainda sobre João Moura.
Recebeu R$ 20 mil
Antes, o defensor Pierpaollo Bottini fez sua sustentação a favor do ex-deputado federal Luiz Carlos da Silva, conhecido como Professor Luizinho. A defesa negou que o réu recebeu dinheiro ilegalmente e alegou que o assessor do ex-deputado buscou o dinheiro sozinho para quitar despesas eleitorais do PT em 2004. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o parlamentar recebeu do esquema de Marcos Valério, por intermédio do seu assessor José Nilson dos Santos, a quantia de R$ 20 mil.
Referência a Cazuza
A defesa de Anita Leocádia, representada por Luiz Maximiliano Mota, lembrou de uma música de Cazuza para dar um recado a Roberto Gurgel. ;Seu procurador-geral da República, sua piscina está cheia de ratos, suas ideias não correspondem aos fatos;, afirmou. O advogado fez uma crítica e disse que o caso precisa de um ;choque de serenidade;. ;Precisamos de uma bomba que produza jurisprudência;.
[SAIBAMAIS]Primeiro a falar
A primeira defesa do dia foi iniciada pelo advogado João dos Santos Gomes Filho, que defendeu o réu Paulo Roberto Galvão da Rocha. Paulo Rocha é acusado de receber dinheiro de Marcus Valério, valendo-se dos mecanismos disponibilizados pelo Banco Rural. Em sua sustentação, Filho negou que Paulo Rocha faça parte dos núcleos operacionais do mensalão, divididos em operacional, político, financeiro e publicitário. "A denúncia quando trata da conduta de Paulo narra a cadeia causal e não conta com a participação de Paulo Rocha", diz. A defesa admitiu que seu cliente recebeu R$ 620 mil do PT, mas afirmou que os recursos eram para saldar dívidas da campanha presidencial de 2002.
Ex-ministro dos transportes
A última defesa a ser ouvida nesta terça pelos ministros do Supremo foi a do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, que responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Adauto foi ministro entre 2003 e 2004 e, atualmente, é prefeito do município mineiro de Uberaba. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Adauto é citado como operador do esquema do mensalão, organizado para comprar o apoio de parlamentares e para saldar dívidas de campanha com dinheiro não contabilizado, o chamado caixa 2.