postado em 15/08/2012 07:48
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, falou ontem à noite pela primeira vez sobre os ataques que vem recebendo na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) por parte de advogados de réus no processo do mensalão. Ele disse que já esperava críticas, mas alertou que as ;grosserias são inaceitáveis;. Gurgel observou que não perderia tempo para responder aos defensores que o atacaram e descartou pedir a palavra para rebatê-los. O procurador afirmou também que a possibilidade de inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal é algo ;que está superado, um assunto morto;. Ele defendeu, ainda, que o ministro Cezar Peluso apresente seu voto antes de se aposentar, no dia 31 deste mês. Para Gurgel, será um ;desperdício; se o magistrado não votar, uma vez que ele tem estudado o caso e conhece bem o processo.[SAIBAMAIS]Gurgel sustentou a acusação no último dia 3 e, desde então, não havia se pronunciado publicamente sobre o mensalão. Até ontem, os advogados de 35 dos 38 réus já tinham falado em plenário. Nesses dias, ouviu de advogados críticas pessoais, como a de que é ;mesquinho; e ;omisso;, e de que pretende ;jogar para a galera;. ;Grosserias são sempre inaceitáveis. Eu diria que, ontem (segunda-feira), elas se concentraram. Isso faz parte do ofício do Ministério Público;, frisou. O procurador comentou que as desculpas dos defensores de que não há provas no processo também eram esperadas e encarou a argumentação como ;uma ladainha da defesa;. Gurgel afirmou ter a convicção de que haverá condenações. ;Tenho a mais plena confiança no Supremo e estou certo de que o STF fará justiça, que é condenação;, afirmou.
Por fim, Gurgel disse não ter gostado da colocação feita por um advogado, que o comparou ao apresentador Jô Soares. ;Sempre acho engraçado a comparação com o Jô, mas depois daquela sustentação, achei sem graça. Não tenho nenhum problema com essa semelhança, acho o Jô uma pessoa que merece a nossa simpatia.;