Depois do contundente voto do relator, Joaquim Barbosa, os ministros retomam nesta segunda-feira o debate sobre a denúncia do mensalão num julgamento fatiado. Com essa metodologia, definida após controvérsias e a contrariedade do revisor, Ricardo Lewandowski, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) pode chegar ao primeiro veredicto na próxima semana, com a participação do ministro Cezar Peluso, que se aposenta compulsoriamente em 3 de setembro. É possível que já na próxima sessão os ministros cheguem a uma conclusão sobre a condenação ou a absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), do empresário Marcos Valério de Souza e de dois sócios.
Quanto ao fatiamento do julgamento, Joaquim Barbosa conseguiu fazer prevalecer sua posição. O presidente do STF, Ayres Britto, confirmou ontem que as discussões seguirão os itens da denúncia elaborada em 2006 pelo então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. ;Vai ser fatiado, de acordo com a metodologia adotada pelo ministro Joaquim Barbosa quando do recebimento da denúncia. Mesmo método, por capítulos;, explicou Britto. O relator do mensalão pediu a condenação de João Paulo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e duas vezes por peculato. Para Marcos Valério, a acusação, ratificada por Joaquim Barbosa, é de peculato e corrupção ativa.