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Barbosa condena executivos do Banco Rural por gestão fraudulenta

Ana Maria Campos
postado em 03/09/2012 15:58
Em seu voto no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (3/9), o ministro e relator do mensalão, Joaquim Barbosa, condenou os executivos do Banco Rural na época do esquema por gestão fraudulenta de instituição financeira. Nesse capítulo, que trata do item cinco da denúncia, os réus são: Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, José Salgado, ex-diretor do banco, Ayanna Tenócio, vice-presidente do grupo e o ex-diretor, Vinícius Samarane. "Estando fartamente comprovado que geriram fraudulentamente o Banco Rural impõe-se a condenação pelo crime de gestão fraudulenta", concluiu Barbosa.

O relator relembrou as imputações feitas aos dirigentes do Banco Rural por fraudes e falsidade dos empréstimos. O primeiro ponto abordado foi a renovação sucessiva de operações de empréstimo. Segundo Barbosa, os dirigentes do Banco Rural buscaram omitir o risco dessas operações, cujos recursos eram destinados ao PT. Ele afirmou que a perícia apontou que o banco omitiu registros de suas transações financeiras sob a alegação de extravios ou problemas operacionais.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a gestão fraudulenta do banco permitiu a alimentação de esquema de corrupção, a lavagem de dinheiro de recursos públicos desviados e a distribuição da verba entre os políticos aliados ao governo, ocultando sua origem. Barbosa listou na sessão anterior várias irregularidades na gestão do Banco Rural, entre elas a concessão de empréstimos no valor de R$ 32 milhões ao PT, à SMP Comunicação e à Graffiti, sem que os clientes tivessem capacidade financeira para garantir a quitação do débito.


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[SAIBAMAIS]Barbosa sustentou que o Banco Rural descumpriu o manual interno para empréstimo ao PT, sem garantias suficientes e sem parecer da assessoria de crédito. Ele tratou o caso como uma "cadeia de ilicitudes praticadas pelos diretores do Banco Rural". Segundo ele, a garantia do empréstimo de R$ 3 milhões do Banco Rural ao PT era apenas a palavra de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e do publicitário Marcos Valério.

O relator também disse que o banco classificou os riscos dos empréstimos de forma equivocada e que, em nenhum momento, sinalizou que iria cobrar essas dívidas, o que ocorreu apenas quando as acusações vieram à tona.

Após o intervalo, o julgamento deste capítulo prossegue com a votação do ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowski.

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