A cadeia é o pesadelo dos réus do mensalão. Quando o julgamento e a fase de recursos chegarem ao fim, advogados dos condenados terão de entrar em campo para tentar garantir benefícios a seus clientes com o objetivo de reduzir ou até evitar a temporada na prisão. Com o rigor que o Supremo Tribunal Federal (STF) apreciou os dois primeiros capítulos da denúncia, o cumprimento de pena em regime inicial fechado é uma possibilidade real para uma parcela dos acusados. Conhecedor das regalias da vida de deputado federal e da residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, é um dos que pode ser enviado para o xadrez, assim como o também petista Henrique Pizzolato. O risco mais evidente de prisão, no entanto, recai sobre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Já condenado por peculato (seis vezes) e corrupção ativa (duas vezes), ele ainda responde a outras 130 imputações.
[SAIBAMAIS] Para Marcos Valério, a aflição é de quem conhece bem a rotina dos presidiários. Ele passou três meses, entre outubro de 2008 e janeiro de 2009, na Penitenciária II de Tremembé, a 147 quilômetros de São Paulo. Ele teve a prisão preventiva decretada em decorrência de suposta participação em uma quadrilha que praticava extorsão, fraudes fiscais e corrupção. Nesse período, Valério emagreceu 20 quilos, perdeu parte dos dentes da frente e sofreu ameaças do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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