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Diretora de empresa "distribuía dinheiro vivo até em quartos de hotéis"

Ana Letícia Leão
postado em 12/09/2012 19:43

Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da empresa de SMP, de Marcos Valério, foi condenada pelo crime de lavagem de dinheiro pelo ministro revisor Ricardo Lewandowski, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (12/9). Segundo o ministro, a ré ;distribuía dinheiro vivo até em quartos de hotéis;.

Lewandowski terminou seu voto sobre o item quatro da denúncia por volta das 19h40 desta quarta. A sessão será retomada na tarde de quinta-feira (13/9). Sobre Marcos Valério, o ministro o condenou por lavagem de dinheiro e disse que o publicitário foi um dos inventores do esquema de corrupção. ;Marcos Valério foi um dos artífices de toda essa trama;, disse. Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, sócios de Valério, também foram condenados.


Ainda no núcleo publicitário, Rogério Tolentino, advogado da SMP, foi absolvido por Ricardo Lewandowski. Para ele, no que diz respeito ao advogado a ;denúncia é vaga, genérica;. Geiza Dias, que era funcionária de Valério, também foi absolvida nesta quarta-feira.

No núcleo financeiro, ao qual também respondem por lavagem de dinheiro os ex-dirigentes do Banco Rural, Lewandowski condenou Kátia Rabello, ex-presidente da instituição, e José Roberto Salgado, ex-dirigente. O revisor absolveu os outros dois réus, Vinícius Samarane, atual vice-presidente, e Ayanna Tenório, ex-vice-presidente.

Segundo o ministro, ficou evidente que Kátia tinha ciência da ilicitude do dinheiro. "Ela tinha pleno conhecimento da origem espúria do dinheiro, não só pela posição que ocupava, mas porque participava ativamente do conglomerado que tinha contatos estreitos com as agências comandadas por Marcos Valério", completou.

No item atual, os minitros votam o tópico que trata da ocultação ou dissimulação da natureza do dinheiro proveniente de crime contra a organização pública. Nele, a Corte analisa crimes cometidos pelas empresas de Valério, com apoio de dirigentes Banco Rural, para dissimular pagamentos de propinas a políticos em troca de apoio no Congresso.

[SAIBAMAIS]Segundo a acusação do Ministério Público Federal (MPF), os réus do núcleo financeiro e do núcleo publicitário se uniram para montar um "sofisticado mecanismo de branqueamento de capitais", que permitia a distribuição de dinheiro do chamado mensalão sem deixar vestígios.

O MPF diz que o esquema entre o Banco Rural e o grupo do publicitário Marcos Valério começou ainda em 1998, durante a campanha para o governo de Minas Gerais, o que foi chamado de "mensalão mineiro". O esquema consistia na emissão de cheques pelas empresas do publicitário Marcos Valério para pagar supostos fornecedores, quando, na verdade, os valores iam para as mãos de políticos.

Lewandowski terminou seu voto nesta quarta-feira e a votação dos demais ministros sobre o item quatro da denúncia continua na quinta-feira à tarde.

Voto do relator

O relator Joaquim Barbosa condenou nove dos réus, absolvendo apenas Ayanna tenório. O relator afirmou no plenário que a lavagem de dinheiro foi feita de forma orquestrada "com divisão de tarefas típicas de um grupo criminoso organizado. Para ele, os integrantes do núcleo financeiro, em conluio com os membros do núcleo publicitário, atuaram na simulação de empréstimos bancários.

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