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Relator diz que compra de votos foi confirmada no esquema do mensalão

Ana Letícia Leão, Ana Maria Campos
postado em 17/09/2012 16:14

Durante a leitura do item seis da denúncia do mensalão, o ministro relator Joaquim Barbosa afirmou, nesta segunda-feira (17/9), que a compra de votos para que parlamentares dessem apoio ao governo foi confirmada. Segundo ele, parlamentares do PP votaram no Congresso influenciados por esses pagamentos. "O que eles (políticos e partidos) fizeram com o dinheiro é irrelevante para configurar a corrupção passiva", reforçou.

Barbosa disse ainda que os deputados do PP praticaram ato de ofício influenciados pelos pagamentos. Nesta tarde, o relator conclui a análise sobre corrupção passiva contra integrantes do PP, Pedro Henry, Pedro Corrêa e João Cláudio Genú. O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar hoje o item que trata sobre corrupção de integrantes de partidos da base aliada, no qual será avaliado se o esquema de compra de votos realmente ocorreu.



Para o relator, esse será um dos momentos mais longos do julgamento, no qual vários políticos são réus no processo. Nessa etapa, são tratados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro entre os partidos da base aliada do governo de 2003 a 2004. No início da sessão de hoje, ele afirmou que a acusação de corrupção passiva vai ficar para um segundo momento, ou seja, o réu José Dirceu, acusado de chefiar o esquema do mensalão, só será analisado mais tarde.

É o maior número de réus mencionados ao longo da ação - 23 dos 37 de todo o processo. Barbosa informou que deve demorar pelo menos uma sessão e meia para ler seu voto. Na semana passada, ele reiterou o pedido de realização de sessão extra para que a Corte Suprema conclua esta fase em tempo razoável.

[SAIBAMAIS]Segundo a denúncia, foram distribuídos R$ 4,1 milhões ao PP, R$ 10,8 milhões ao PL (atual PR), R$ 5,5 milhões ao PTB e R$ 200 mil ao PMDB. O MPF informa que o repasse das verbas era feito de diversas formas: por saques dos próprios parlamentares ou seus assessores no Banco Rural, com a ajuda de integrantes do grupo de Marcos Valério, ou por meio de empresas usadas para lavar o dinheiro.

Vários réus confirmam ter recebido dinheiro do esquema do empresário Marcos Valério, porém em menor quantidade que o apontado pela denúncia. A principal linha de defesa é que o dinheiro foi destinado ao pagamento de gastos de campanha após acordos políticos fechados com o PT. Os assessores usados nas operações alegam que não sabiam do esquema criminoso.

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