Ana Maria Campos, Helena Mader
postado em 25/10/2012 08:09
Divergências quanto à definição de penas para o empresário Marcos Valério levaram o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, e o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, a protagonizarem mais um bate-boca no plenário do Supremo, dessa vez com graves acusações. O debate foi tão intenso que constrangeu os colegas, e o presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, teve que intervir. Se as discussões entre os dois ministros não são novidade, ontem, pela primeira vez, Joaquim Barbosa pediu desculpas ao colega e disse que ;se excedeu ao rebater de maneira exacerbada;. Justificou a atitude explicando que estava preocupado com o ritmo da dosimetria. Lewandowski classificou o pedido como ;um gesto de grandeza; e disse que o aceitava ;prontamente;.
A confusão começou depois que Lewandowski defendeu uma pena de três anos e um mês de cadeia para Valério pelo crime de corrupção ativa. O relator havia estabelecido uma pena de quatro anos e oito meses para o mesmo delito, cometido quando o empresário pagou propina ao ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Barbosa considerou a punição proposta pelo colega branda e chegou a dizer que Lewandowski estava ;barateando; o crime de corrupção.