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Delação premiada para Marcos Valério volta ao debate no Supremo

Ana Maria Campos
postado em 02/11/2012 09:43
Se de um lado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, e o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, despistam sobre uma possível delação premiada ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, do outro, fontes do Ministério Público afirmam que, em tese, o benefício pode ser obtido pelo réu inclusive na fase de execução da pena. Neste caso, em troca de alguma vantagem relativa ao cumprimento da sentença. A avaliação, porém, é de que não basta o réu acusar ou citar a participação de outras pessoas no esquema criminoso, mas é necessário que ele apresente novas provas ou indique caminhos para a elucidação de fatos ainda não conhecidos.

[SAIBAMAIS]Embora a delação e o pedido de inclusão de Valério no serviço de proteção à testemunha seja cogitado pela defesa do réu, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello avalia que não há como ele escapar da prisão, uma vez que o empresário já foi condenado pela Corte a uma pena de 40 anos de cadeia. ;Não vejo como ele não ser preso, porque a execução da pena leva à custódia. Aí no caso de inclusão dele (no serviço de proteção) surge um problema, porque ele terá que cumprir pena e ser protegido. A saída seria uma prisão onde ele ficasse isolado;, ponderou o ministro.



Reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que Marcos Valério prestou depoimento ao procurador-geral da República no fim de setembro, após ter marcado audiência espontaneamente. Na ocasião, o operador do esquema do mensalão teria mencionado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Antonio Palocci e, ainda, o assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. Valério contou, conforme a matéria, que foi ameaçado de morte. Ele também teria revelado a existência de outras remessas de dinheiro para o exterior, além daquelas já conhecidas na Ação Penal 470.

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