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Barbosa e Britto associam "questões sociais e jurídicas", diz Miro Teixeira

Paulo de Tarso Lyra
postado em 22/11/2012 17:56

O cantor e compositor Djavan, um dos artistas convidados para a posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que a solenidade desta quinta-feira (22/11) representa o que chama de uma feliz confluência de fatores. "Tivemos o dia da Consciência Negra e agora, dois dias depois, temos a posse do primeiro presidente negro do STF". O artista considera o empossado um homem culto, valoroso e inteligente e acredita que o bem feito por Barbosa ao Brasil só poderá ter sentido com o tempo.

Miro Teixeira (PDT-RJ), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, e um dos deputados mais atuantes no campo do Direito no Congresso Nacional, classificou o discurso de Joaquim como simples e objetivo. "Ele foi preciso ao defender os juízes de primeiro grau e a mostar que eles não devem defender políticos em busca de promoção para o segundo grau ou para outras instâncias juridicionais", argumentou.

Teixeira disse ainda que a fala de Barbosa ressalta a importância de questões sociais no Brasil. "O presidente Ayres Britto (que antecedeu Barbosa) fez escola. A cabeça dele e de Barbosa são idênticas ao associar questões sociais e jurídicas", concluiu.



O discurso do novo presidente foi considerado estadista e republicano pelo advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, um dos responsáveis pela indicação de Barbosa ao cargo de ministro do Supremo. Bastos ressaltou especialmente a inflexão da fala para o campo da igualdade social e acrescentou que poucos destacam que Barbosa também presidirá o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "É o CNJ que tem a capacidade de alavancar o poder judiciário brasileiro", considerou.

Thomaz Bastos lembrou ainda que Joaquim Barbosa reverberou as palavras do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, sobre a necessidade de os processos terem uma tramitação mais célere, o que é uma antiga reivindicação dos advogados. O advogado sentiu-se à vontade para elogiar o ministro, apesar de embates recentes no Supremo por conta do julgamento do Mensalão. "É o mesmo personagem, exercendo agora papéis diferentes", completou.


Outro a falar foi o deputado federal Romário (PSB-RJ), que se disse feliz por presenciar um momento histórico, com a posse do primeiro negro para a presidência do STF. Para o parlamentar, Barbosa é hoje "um dos poucos homens públicos brasileiros dos quais a população pode dizer, sem medo, de que se orgulha".

O governador da Bahia, Jaques Wagner, elogiou a fusão entre igualdade e justiça, feita pelo novo presidente do STF durante discurso de posse. O petista considera que esta união reflete o atual momento vivido pelo país: "As democracias são representadas pela delegação do voto e pelo império da lei. Barbosa, de forma muito simpes e objetiva, resumiu esses preceitos em seu discurso. Como ele gosta de falar, foi direto ao ponto, sem fazer rococó".

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