postado em 19/12/2012 10:36
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que deve pedir a prisão imediata dos réus condenados no mensalão ainda esta semana. A petição será apresentada durante o recesso do Poder Judiciário, que começa na quinta-feira (20/12), e o caso poderá ser decidido individualmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa.;A grande urgência que existe é de dar efetividade à decisão do Supremo. Esse esforço magnífico que foi feito pelo Supremo no sentido de prestigiar de forma importantíssima os valores republicanos não pode agora ser relegado aos porões da ineficiência;, disse Gurgel, em entrevista na manhã desta quarta-feira, antes da última sessão plenária do ano no STF. ;Não podemos ficar aguardando a sucessão de embargos declaratórios. Haverá certamente a tentativa dos incabíveis embargos infringentes. E o certo é que o tempo irá passando sem que a decisão tenha a necessária efetividade;, completou o procurador-geral.
Questionado sobre quando pretende protocolar o pedido de prisão imediata, Gurgel fez uma estimativa. ;Eu diria que ainda esta semana.; Ele explicou que só poderia pedir a detenção dos réus após a conclusão do julgamento, encerrado na última segunda-feira. ;Estou ultimando um estudo mais aprofundado da questão e devo estar requerendo isso nos próximos dias. O mais rapidamente possível;, explicou.
[SAIBAMAIS]Quanto ao depoimento prestado em setembro pelo empresário Marcos Valério, Gurgel disse que irá aprofundar a análise da questão, a partir do fim do julgamento, para tomar as providências cabíveis. No depoimento, Valério apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria autorizado empréstimos do mensalão e recebido dinheiro do esquema para o pagamento de despesas pessoais.
;Temos que examinar o depoimento e isso ainda não foi feito em profundidade. Com muita frequência, Marcos Valério faz referência a declarações que ele considera bombásticas. Vamos ver o que existe no depoimento que possa motivar futuras investigações. Como sempre, nada deixará de ser investigado;, detalhou o procurador-geral.
Roberto Gurgel acrescentou que não cabe à Procuradoria Geral da República uma eventual investigação relativa ao ex-presidente da República. Segundo ele, se ;algo relacionado ao ex-presidente; for identificado, ;isso será encaminhado à Procuradoria da República de primeiro grau;, uma vez que Lula não dispõe de foro privilegiado.